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domingo, 8 de abril de 2007

Muito prazer Aconcagua!

Esta é uma história real em que a precisão do tempo acontecido se perde, mas as precisões dos intervalos que os fatos ocorreram são quase absolutamente corretas.

Ela começa em um dia da semana (Quarta-feira?) pela manhã quando este meu grande amigo Tiaraju Fialho representante comercial e alpinista se encontrava no meu escritório. A base que iniciou o nosso conhecimento foi profissional e a que iniciou a nossa amizade foi o profundo gosto em ouvi-lo contar suas experiências em montanha. E para não variar nesta manhã ele estava a me contar a sua tentativa de escalar a montanha chamada Aconcagua na cordilheira dos Andes, o pico máximo em altura nas Américas e um dos mais altos do mundo somente perdendo para as montanhas da cordilheira do Himalaia que tem em seu máximo o Everest.

Em determinado momento perguntei – Tiaraju é possível como turista visitar a montanha? A resposta foi positiva e incluiu até uma pousada próxima “pero no mucho” do parque onde se situa a montanha. A pergunta seguinte mais ou menos literal – Vamos já para lá? Retirando aqui da escrita uns pequenos preâmbulos ele sacou do bolso um cartão do hotel Puente de Los Incas (Que bela coincidência) e ligamos para lá para confirmar se era possível visto que era inverno. A resposta do hoteleiro foi que era possível, mas que ele não indicava porque já estavam com mais de seis metros de neve acumulado. Em seguida em breves palavras – Tiaraju você arruma as roupas para irmos para lá? Sim – Você compra as passagens em Curitiba? Sim – Vamos? Sim. E ele se mandou para providenciar. Logo no começo da tarde recebo uma ligação dele me perguntando – É sério mesmo esta história? Putz Tiaraju é sério mesmo falei então ele riu e falou que já estava com as passagens na mão e logo mais traria as roupas para eu experimentar.

As roupas de alta montanha são algo espetacular, relativamente leves são projetados para enormes frios frutos de uma alta tecnologia com exceção das botas que pesavam muito e consistiam para a proteção dos pés em uma meia especial depois uma bota de couro forrada e mais uma bota de plástico duro que se vestia sobre a outra bota e daí finamente os grampos para gelo. As roupas e as botas vestiram sobre medida embora até hoje ainda não agradecesse ao alpinista a quem o Tiaraju pediu elas emprestada. O resto do material do acampamento ele tinha e as nossas mochilas ficaram somente com aproximadamente 70 quilos cada uma como atestamos na balança do aeroporto.

Na manhã seguinte fomos de carro para São Paulo e pegamos um avião para Buenos Aires onde descemos no aeroporto de Ezeiza e em seguida fomos de táxi até o outro aeroporto chamado Aeroparque Jorge Newberry onde saem os vôos internos do País e lá embarcamos no avião para a cidade de Mendonza que fica no sopé dos Andes.

É muito necessário para um perfeito entendimento desta bela aventura é conhecer o Tiaraju, naquela época como até hoje ele é uma pessoa que se diferencia imediatamente de qualquer grupo de humanos, a sua altura é normal, mas seu corpo não tem uma gota de gordura, tudo nele são músculos e seus pés e mãos são na verdade garras e ganchos que ele utiliza para escaladas livres em pedras o que ele faz com incrível naturalidade. E absolutamente não tem o menor receio de altura como irão ler mais adiante no meu relato. A foto abaixo foi tirada por mim no Aeroparque.


Olhem abaixo mais de perto:

Uma bela figura forjada para as montanhas.


Chegamos a Mendonza próximo às quatro horas da tarde e já providenciamos as compras de passagens do ônibus que nos levaria para o alto dos Andes. Providenciamos um hotel e fomos conhecer a cidade e comprar alguns outros mantimentos. Era a minha primeira viagem a Argentina e as experiências relatadas do Tiaraju não davam uma boa característica da índole dos argentinos. Ele é uma pessoa altamente explosiva e digo com tranqüilidade de extrema periculosidade em uma briga, o incauto que o subestimar provavelmente irá ficar com a respiração falha para o resto da vida se uma daquelas mãos alcançarem o pescoço. O fato pelos relatos e pelo que eu sentia esta tensão era meio rotina estando com ele e eu ainda não sabia por que isto ocorria. Em Mendonza fomos a um café e meio como de costume entramos e sentamos. Putz nós levamos um banho de cadeira porque nenhum garçom nos atendia e antes que o Tiaraju decidisse quebrar tudo fomos até o balcão onde nos atenderam com completo descaso. Comigo sempre apaziguando os argentinos escaparam desta e eu me pus a refletir o porquê disto. Antes de chegarmos a Puente de Los Incas já tinha chego a uma conclusão que era – Não se antecipa a nada, entra-se no comércio ou no ambiente deles e espera-se ser atendido e daí, e daí caros amigos é só o prazer de usufruir uma hospitalidade e um atendimento cortês e preciso. Depois de várias viagens a este País maravilhoso eu confirmo esta fórmula de absoluto sucesso e que tantos brasileiros acostumados a comer por quilo e usarem ambientes self service não percebem.

De manhã em um belo ônibus bem envidraçado começamos a jornada em uma das belas estradas do mundo.


Começando a ver neve ainda longe do final.


Ainda pela manhã chegamos ao hotel que já fica próximo aos quatro mil metros de altura e eu assumi a liderança em assuntos que exigiam trato pessoal, em hipótese alguma gostaria que acontecesse algum dissabor que viesse a macular aquela aventura e digo que valeu a pena, o atendimento foi muito além das expectativas.

Devidamente instalados e com a firme decisão de no dia seguinte ir acampar no lago Orcones que fica quase aos pés do Aconcagua e se tem uma vista fantástica desta montanha fizemos deste primeiro dia um teste para saber o quanto eu estava fisicamente apto então vestimos nossas roupas e fomos caminhar primeiro andamos em torno das fontes de águas quentes desativadas (Terremoto) que ficam do lado esquerdo e depois fomos à direção do Aconcagua onde subimos um bocado forçando bastante eu porque para o Tiaraju era um passeio no parque. Um exemplo foi uma subida em um morro de neve que usamos para cortar o caminho em direção ao parque, parecia simples e singela, com uma perna de cada lado da franja a sustentação parecia perfeita isto até chegar ao meio do caminho, enquanto o Tiaraju prosseguia subindo alegremente cantando “The single in snow” o Leopold subia de quatro babando. Já na volta e comigo implorando por açúcar tomamos outro corte de caminho que passava por uma ponte de trem desativada há muitos anos, a idéia de passar por ela me arrepiou, mas a enorme confiança do Tiaraju e um corrimão merreca juntada com uma passarela que mal dava para um rato passar me deram à coragem necessária. Na verdade o que me incentivou realmente foi à absoluta falta de energia para voltar atrás e pegar o mesmo caminho de ida. Fui à frente passo a passo concentrado e eis que o Tiaraju me passa saltando os poucos dormentes e umas placas de metal que havia a cada espaço. Aquilo quase me derrubou, a facilidade com que ele se equilibrava em coisas que não tinha a largura de um meio-fio a uma altura de uns oitenta metros (o Rio Orcones era um filete lá de cima) me obrigou a se agarrar em um cabo e pedir a ele que parasse com aquilo senão inevitavelmente eu cairia. Ufa ele parou e ficou atrás de mim o resto da travessia. O fato é que na volta eu estava acabado, necessitava de açúcar urgente e me recordo bem no Tiaraju ter se lastimado de não ter pensado nesta situação. Chegamos ao hotel e expliquei a necessidade para o Senhor Armando, um garçom de outro planeta em atenção a nós e logo em seguida ele nos trouxe uns potes de geléia, pão e umas canecas com chocolate quente. Se de manhã quando eu acordasse não tivesse paralisado por dores musculares haveria esperança de concretizarmos o objetivo e bingo eu acordei inteiraço!

Cedo tomamos o café e nos vestimos para a expedição que basicamente era o mesmo caminho do dia anterior multiplicado por três e com o diferencial das mochilas. Estava me sentindo muito bem e o dia estava de um azul que só existe em alta montanha, a visão não encontrava nenhum obstáculo e tudo se encontrava enganadoramente perto.

Acompanhou-nos nesta jornada uma cachorra da raça pastor alemão e mais um cachorro de marca desconhecida (Ambos com base montada no hotel) que curiosamente era totalmente submisso a ela. Enquanto subíamos, eles não paravam de correr ora atrás de lebres e boa parte por puro prazer da liberdade e do se sentir vivo. Nestes momentos em que tudo é gigante e nós tão pequenos no ambiente acontece algo com o nosso espírito que nivela tudo e pelo máximo e isto explica o imenso amor que tantos têm pela montanha.


Tiaraju à frente eu fotografando.


Continuando, Tiaraju à frente e no fundo... - Muito prazer Aconcagua, eu vim lhe conhecer e dizer que nunca tinha lhe visto pessoalmente, mas já a amava profundamente.

A primeira visão do Aconcagua foi maravilhosa, a montanha nos recebeu com a máxima beleza possível, mesmo se encontrando a uns dez quilômetros do topo senão mais a visão era claríssima e digo depois de tantas vezes que lá retornei rara porque nas outras vezes sempre encontramos ela com véus de nuvens e necessitamos aguardar o momento que ela se descobria.

Eu na frente, Tiaraju fotografando, Aconcagua ao fundo. Sempre rio desta foto que virou um pôster, aparentemente é o João saúde em uma aventura, mas no caso presente eu estava terrivelmente cansado e estava parado pela absoluta impossibilidade de ir à frente.

Caminhamos, caminhamos, subimos, subimos e nada do lago Orcones nossa meta. Chegou um ponto que não era mais uma questão de parar para descansar, eu não podia mais ir em frente. Então o Tiaraju deixou a mochila e foi procurar sozinho o lago e o fez correndo até sumir de vista arf. Quando voltou a surpresa, nós já estávamos no lago só que a neve tinha coberto tudo. Aí montamos a barraca vírgula, ele montou, pois no meio da montagem eu arriei e entrei em coma por algum tempo. O Tiaraju fotografou (Não achei a foto, quando achar eu põe aqui) eu deitado com a boca aberta. Quando acordei a barraca estava pronta e ainda deu tempo de fazer algum passeio próximo aproveitando o belo dia.

Já restabelecido.

Já noite fomos para dentro da barraca e por causa do frio intenso íamos ter que jantar dentro dela. O Tiaraju decidiu fazer panquecas e para isto usou um fogareiro. Hehehe na próxima fez que isto acontecesse vou preferir nadar pelado no Orcones, melhor sentir frio do que morrer queimado em uma explosão.

Acordamos de manhã com o tempo virado, o céu estava completamente fechado e a primeira coisa que procurei foram os cachorros que dormiram do lado de fora e estavam afundados na neve. Surpresa! A uns trezentos metros um outro grupo tinha montado uma barraca para onde nós nos fomos depois. Eram franceses e iriam até ao pé do Aconcagua com a diferença que caminhavam de esquis especiais que tem o fundo recoberto de pele de foca, então para frente desliza e para trás não escorrega. Eles tinham um termômetro que naquela hora marcava dezesseis graus abaixo de zero. Ficamos juntos um tempo onde conversamos bastante embora até hoje não entenda como, o fato é que ficamos sabendo suas profissões e uma parte de suas aventuras. Um deles que trabalhava com eletricidade tipo uma Copel francesa me chamou muito a atenção por um detalhe, ele fumava sem tirar o cigarro da boca e explico o porquê, eu fumo, mas não fico com ele na boca, nunca quis pegar este hábito por decisão própria, fumando do jeito que fumo se eu o mantiver na boca vou amarelar mais ainda o amarelo e porque nunca gostei de ver a imagem que isto transmite. O problema lá é que quando se tira a luva gela muito rápido a mão então fica assim a situação, acende o cigarro sem a luva direita e depois a veste e tira a da mão esquerda e assim vai até terminar. Não era o caso dele até o momento do cigarro terminar e aí veio uma surpresa, eu juro para o Tiaraju que ele engoliu a guimba, no chão não estava e digo que nenhum amante da natureza cometeria este pecado e eles o eram com certeza, como ele não mexeu as mãos para nada fica aí o meu palpite. No meu caso eu apago e guardo no bolso as xepas.

Dezesseis abaixo de zero confirmado. Nada perto dos trinta graus abaixo de zero que a Iara e eu pegamos no El Tatio e ela precisava urinar, mas esta é outra história.

Eles prosseguiram e o Tiaraju e eu fomos passear explorando as redondezas. Na beira do rio Orcones embora que no alto do platô que estávamos o Tiaraju me explicava como se fazia para cruzar estas paredes extremamente inclinadas de pedras soltas, funciona assim, entra-se correndo nela e cada vez que o pé encosta e escorrega o outro já está iniciando a mesma coisa e a rapidez faz com que você não caia. Achar que ele ia se contentar com a explicação foi ilusão, sem mais sem menos ele se atirou no declive (Algo como setenta graus de inclinação) e mostrou que funcionava. Deu certo e pude agradecer minha boa sorte porque se não desse certo até hoje estaria recolhendo pedacinhos dele tal à altura do precipício. Com estas e outras eu quis registrar esta cena embora não queria que ele fizesse aquilo novamente, então pedi algo mais simples e perguntei se ele podia caminhar até a ponta de umas arestas que se projetavam fora do platô para eu o fazer uma foto o que ele aceitou e o fez com naturalidade embora aí exatamente acontecesse algo arrepiante quando ele escorregou e por um breve momento ficou no ar caindo e enterrando as mãos e os pés para se firmar o que obteve sucesso ufa! A foto abaixo mostra a aresta.

Foto abaixo - Nosso acampamento à distância, o ponto amarelo é a barraca e se encaminhando perto o Tiaraju, onde estou é o lado direito do lago para quem vem.

Assim passamos o dia e na aproximação da noite achei que o que eu queria já estava realizado e uma emoção diferente seria ficar só na barraca, mas esta idéia tinha a complexidade de no dia seguinte ter que desmontá-la. Então o Tiaraju ficaria e voltaria no dia seguinte e eu faria a volta de tarde sozinho o que também me trouxe um alto grau de satisfação pela bela sensação de solidão tão grata e que me faz um bem incrível. Extemporizei este pensamento ao Tiaraju e achei que ele sentiria o mesmo que eu embora não tenha dado a opção. No dia seguinte quando se encontramos a sensação que tive foi que deu certo para ele também, a solidão intencional na montanha ou no deserto realmente tem algo muito especial.

Iniciando o caminho de volta, a pastora decidiu por conta própria a quem acompanhar. Foto do Tiaraju a partir do acampamento.

Cheguei ao escurecer no hotel onde após o banho o Senhor Armando me serviu um belo jantar e as minhas custas um grande filé para a Pastora. Depois sentei com o dono do hotel onde conversamos enquanto tomávamos chocolate quente e aí fiquei sabendo das aventuras da nossa companheira Pastora. Incrível esta cachorra já tinha subido inúmeras vezes até o topo do Aconcagua acompanhando inúmeras expedições. A interação dela com os alpinistas são fantásticos e um exemplo disto ocorreu no dia seguinte quando eu pedi a ele que gostaria de uma foto junto com ela. Neste momento ela estava em canto do rol de entrada em um sono profundo e bastou ele dizer algo assim como – Fulana vá tirar uma fotografia que ela langorosamente foi à frente do hotel conosco e quando nos sentamos ela se deitou do meu lado e encostou a cabeça nas minhas pernas propiciando uma belíssima foto que no final acabou causando o maior dissabor da viagem.

Nesta manhã eu sozinho desci a beira do rio e fiquei passeando e curtindo as formações de gelo e quando voltei para cima já enxerguei o Tiaraju chegando onde nos abraçamos e deu para sentir que mesmo curta a aventura tinha sido recompensadora. Decidimos logo mais voltarmos para casa neste mesmo dia e feito os últimos tramites que incluem a foto com a Pastora pegamos o ônibus e descemos para Mendonza onde que por coincidência tinha um avião quase que imediato para Buenos Ayres e a noite já nós estávamos no aeroporto Ezeiza onde nosso vôo pela Varig aconteceria no dia seguinte. Montamos acampamento na capela do aeroporto. De manhã acordei mais cedo e fui escovar os dentes e quando eu voltei vi um padre entrando na capela e dando de cara com o Tiaraju ainda dormindo. O padre deu meio volta e saiu então acordei o Tiaraju e saímos de lá para evitar alguma confusão e fomos tomar café. Como o vôo da Varig ainda estava longe de acontecer surgiu à idéia que por fim trouxe uma mácula no que então teria sido uma viagem perfeita. Decidimos validar nossas passagens pelas Aerolíneas Argentina que tinha embarque imediato para São Paulo e assim o fizemos e já no anoitecer daquele dia estava deixando o Tiaraju em sua casa em Curitiba e rumando para a minha em São José dos Pinhais. O drama que ocorreu foi quando abri minha mochila e descobri que tinham furtado minha máquina fotográfica, barbeador e outras coisas que não me recordo. Não pelo valor do bem material e sim porque na máquina ainda estava o filme que continha a foto da Pastora comigo e esta perda foi irreparável.

Aconcagua visto e fotografado por nossa câmara a partir do acampamento com zoom de 120 mm. Para todos que quiserem reverenciar esta bela montanha ela fica do lado direito da estrada que leva ao Chile, passando a aduana da Argentina segue-se mais uns quilômetros e entra-se no Parque Nacional Aconcagua, no verão com mais certeza e no inverno às vezes é possível chegar de carro ou motor home bem dentro do parque e chegar bem perto desta mesma situação que a fotografia apresenta.

3 comentários:

  1. Grande amigo Leo.
    Ótimas lembranças essas que vc. me proporcionou, até mesmo aquela foto da minha cabeleira..hehe...imagino o que aquele garçon pensou quando uns tipos como nós entravam e iam tomando conta do pedaço.!! O francês com o toco de cigarro na boca..Todas essas lembranças retornaram claramente, me fazendo ver o quanto já vivemos e o quanto ainda podemos viver e aprontar!! Afinal, o que é a vida sem umas travessuras. Hoje de cima dos meus 42 anos sonho com novos desafios alpinisticos..vc. bem sabe quais são. Passei o dia ontem escalando, treinando para realizá-los. Enfim, fico muito feliz em ter compartilhado com você aqueles momentos no Aconcágua, e espero que, no próximo verão austral, nos encontremos no sul do mundo para dividirmos novas emoções e aventuras. Daqui da Serra da Mantiqueira, te mando um fraterno abraço, Tiaraju.

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  2. Grande amigo Tiaraju eu espero documentar a tua tentativa futura no Fitz Roy!

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  3. Hoje passado este grande intervalo posso dizer que esta aventura foi a que mais me deu prazer, apenas lastimo que esta percepção só tenha ocorrido meses ou anos depois do acontecido. O desprendimento do Tiaraju e a minha falta de entendimento do valor de um guia deram esta nódoa. Ela foi corrigida embora usando esta frase do Millôr Fernandes Viver é desenhar sem borracha mostre o quanto eu deveria estar atento para minha atitude posterior, teria sido fantástico se eu tivesse tido a sensibilidade na hora certa tanto para o Tiaraju como também na minha vida amorosa. Como defesa digo que eu ainda não tinha tido o entendimento de quanto vale um guia, hoje digo que um aventureiro solo é um tolo sozinho.
    No relato coloco o lago Orcones e redondeza em quatro mil metros de altura, errado, as variações de altura são na faixa de três mil metros.

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