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segunda-feira, 12 de março de 2007

F1 1999 – No paddock de Interlagos.

Para um apaixonado pela Fórmula 1 de tão longa data a não presença em um Grande Prêmio oficial pode parecer no mínimo esquisita, mas a cobertura na televisão, revistas, internet e o uso intensivo de simuladores me deixaram bastante atualizados e nunca senti a necessidade de estar fisicamente presente e até pelo contrário me arrepia a idéia de dividir uma arquibancada com tantas pessoas. Até um dia em 1999...

Meu amigo Chico Maia, piloto de reconhecidas qualidades, várias vezes campeão no automobilismo e muito ligado ao Joanir Zonta e seu filho Ricardo perguntou-me se interessava ir a Interlagos ver a segunda corrida do Ricardo na F1 e a primeira no Brasil. O Ricardo estreava neste ano pela equipe BAR tendo como companheiro o Jacques Villeneuve e na Austrália seu começo foi relativamente promissor porque mesmo tendo uma má qualificação em corrida chegou a andar na zona de pontuação até quebrar. Aceitei e fomos.

Quinta-feira – 08/04/1999
Viagem tranqüila a São Paulo a bordo de um Golf, como curiosidade desta viagem fomos pegos em velocidade acima da permitida e quando eu conversava com o guarda o Chico deu-lhe uma carteirada de fiscal federal e disse que estávamos a serviço desmantelando uma gangue que roubava palmitos na Barra do Turvo, com isto reduziu a multa para direção perigosa.

Chegando a São Paulo fomos diretos ao hotel Meliá nos encontramos com o Joanir para pegar as credenciais e aí começou a série de coisas maravilhosas que me levam a recordar e a escrever para poder viver várias vezes as enormes emoções vividas neste GP. Já no hall de entrada encontramos o Jean Alesi, muito gentil retribuiu nosso cumprimento e no balcão ficamos lado a lado com o Jackie Steward. Só ele e por este momento de estar ao seu lado já justificaria a viagem, igualmente gentil soube entender que meus olhares não eram de bichisse e sim de uma admiração por estar lado a lado de um ícone desta categoria que eu tanto admiro. Os atendentes do hotel avisaram ao Joanir que estávamos lá e ele veio nos encontrar.

Subimos ao seu apartamento aonde logo mais o Ricardo veio para conversar e era a primeira vez que eu o via. Bah chê só olhando um piloto de F1 para entender, transpirando energia em um corpo triangular é uma figura que impressionou. A conversa foi amena e era visível a tensão e me adianto a esta situação, todos os pilotos que encontramos estavam assim e foi notável a diferença que ocorreu depois que eles foram para a pista no primeiro treino, foi como uma barreira se quebrasse e a maioria deles mudou radicalmente.

Fomos jantar juntos e a grande surpresa, ao nosso lado senta-se o Mika Häkkinen e sua esposa Erja que para deixar a ocasião perturbada ficou dando uns sorrisos extras ao amigo Chico o que provavelmente deve ter incomodado o Mika mesmo que ele não deixou transparecer. O Mika é uma exceção em se tratando de um piloto de F1, a enorme quantidade de fraturas que este caboclo já teve em acidentes monstruosos o deixou esquisito de se olhar impressão esta que mudou completamente quando o encontramos no dia seguinte já de macacão onde aí sim ele fica com a imagem de um atleta de alto desempenho.

Sexta-Feira – 09/04/1999
Fomos cedo para o autódromo onde fizemos o reconhecimento do local e a nossa instalação no paddock da equipe. Em breve o Joanir juntou-se a nós e tivemos as primeiras experiências do que é ser vip neste ambiente, paparicados assume uma nova maneira de interpretação desta palavra, basta dizer que eu tinha dificuldades em escolher qual marca de charuto iria fumar. Vimos e fomos vistos por muitos, mas era sexta-feira e todos estavam se ambientando e havia um nervoso generalizado para os treinos que logo iriam começar. Nossa credencial dava direito a visitar os boxes em qualquer horário, mas o fato é que este ambiente é de trabalho intenso e a nossa própria equipe reserva um espaço de menos de um metro quadrado em canto e de lá não se pode se mexer. Não deixou de ser curioso de ver que o Jacques Villeneuve não tirou o capacete em nenhum momento daqueles que eu o vi inclusive ao banheiro ele foi de capacete.
Para nossa infelicidade o Ricardo Zonta bateu forte na curva ao final da descida do lago pondo fim a nossa torcida especifica, os danos eu mencionarei mais adiante. Assim sendo o resto do dia ficou nebuloso até literalmente, pois choveu à tarde. Demos carona para o Joanir e de presente ele deixou um guarda-chuva da Bridgestone. Jantamos e cama cedo.

Sábado – 10/04/1999Novamente bem cedo para o autódromo e ainda bem que bem cedo, o Joãozinho deu uma errada e quando estávamos chegando ao Rio de Janeiro corrigimos a rota. Deixamos à bolsa no paddock e fomos circular até chegarmos à entrada de Interlagos para quem vem de carro ou helicóptero, estando aí o Chico perguntou se eu estava com a máquina fotográfica e eu comentei que não e isto não era importante, importante era a fotografia que teríamos em nossas cabeças. O Chico não se conformou e voluntariamente foi até o paddock buscá-la. Isto não é brincadeira, o caminho era super longo em subida além das escadarias e neste gesto aumentou meu entendimento do quanto à amizade dele me é preciosa.Lá embaixo estávamos em poucos e os outros eram cinegrafistas que filmavam as entradas dos famosos e aí uma coisa bastante engraçada aconteceu, entre eles havia um que dizia - filme este - ou - aquele é o fulano - in english of course. Aí o pessoal corria e mandava bala. Estávamos íntimos já e trocávamos risadas embora eu me pergunte como se o inglês do Chico e o meu juntos não pesava mais que meia grama, sei que uma hora este caboclo apontou um cara e foi àquela correria para filmar e daí sim a coisa ficou muito engraçada porque o mencionado não era ninguém especial e sim um conhecido do apontador. Mais um tempo e eu desci até a entrada que ficava a uns cem metros de onde estavam este pessoal e eis que acontece algo fantástico, eu sozinho lá na frente e eis que entra o Michael Schumacher também sozinho, pus todo meu inglês para funcionar e o cumprimentei usando-o integralmente “Hi” de resto nem português sairia pela minha boca tal a intensidade do momento. O fato é que ele foi muito agradável e não ligou que eu continuasse com o braço na suas costas e assim subimos em direção a entrada dos boxes. Quando o pessoal das câmaras o viram foi um frenesi e todos correram para cima dele e para acompanhar aquele clima descontraído ele se jogou para trás e se amparou no meu braço. E logo em seguida este meu grande amigo Chico Maia armado com a nossa câmara bateu a foto abaixo:



As emoções estavam sobrando, logo em seguida começaram a chegar mais pilotos e com exceção do David Coulthard e o Eddie Irvine que foram muito arrogantes o restante foi maravilhoso, o Rubens Barrichello pode ser um falador confuso nas entrevistas, mas pessoalmente é de uma gentileza extrema e de todos quem leva o troféu simpatia é o Alessandro Zanardi mesmo que o Michael seja também um sério concorrente só que neste caso é mais fácil ter sorrisos a postos com um bicampeonato na bagagem hehehe.



Voltamos ao paddock para acompanhar a qualificação e continuarmos a receber toda a atenção tanto que até hoje quando espirro ainda fica saindo caviar do meu nariz. O Mika foi pole.

Uma fofoca do Gazetinha aqui, meia hora antes da qualificação começar eu sentei sozinho em uma escadaria que leva ao paddock e fiquei assistindo ao movimento na rua detrás dos boxes, eis que o Rubens Barrichello está com a Silvana e mais um grupo de amigos. Só que ele estava dando um malho na menina que depois seria a sua esposa. Incrível que com todo aglomerado ele conseguiu ficar excitado ao ponto de estufar o macacão, não faz meu gosto este exibicionismo explicito, porém como curiosidade é interessante e mostra que ele devia estar bem relaxado a até porque ele conseguiu um brilhante terceiro posto na qualificação.

Domingo – 11/04/1999
Novamente muito cedo para o autódromo e aí impressionou a quantidade de gente na fila, não era o nosso caso e entramos facilmente.

Agora todo o paddock estava tomado embora isto não diminuísse nem um pouco a atenção que prestavam a nós. Uma curiosidade é que eu devia estar sendo confundido com alguém, pois estavam ficando comum as pessoas me cumprimentarem sendo que o máximo fui eu em determinado momento entrar no espaço da Jordan quando o Eddie Jordan estava dando uma entrevista para a televisão junto com os seus pilotos o Heinz-Harald Frentzen e o Damon Hill, me encostei à parede para assistir a eles quando o Eddie olhou para mim e me cumprimentou acenando e logo em seguida o Frentzen e o Damon também o fizeram para mim sorrindo e com gestos largos.
E tem mais, que tal o Nelson Piquet perguntando se a sua esposa podia ficar conosco enquanto ele tinha que resolver alguma coisa em outro lugar, obviamente nós ficamos felizes em atendê-lo e infelizmente não acho a foto que iria ilustrar este acontecimento então só digo que ela é uma mulher belíssima e bastante agradável.

Terminada a corrida (Mika venceu) o Chico e eu fomos para o hospital São Luis onde o Ricardo estava internado onde conversamos bastante e conferimos à gravidade do acidente. O Zonta teve seu pé perfurado por algum pedaço do carro e fraturou alguns ossos do pé que o deixou fora de várias corridas. Do hospital voltamos a Curitiba e só me recordo acordando no Pinheirinho porque o Chico veio dirigindo.

Para dar uma cor a este diário vai uma fofoca sobre a Viviane Senna, não vi pessoalmente e sim esta situação apareceu depois. A moça que antes era irmã do Ayrton e agora mãe do Bruno Senna (Vocês queriam saber qual a criança que a Fundação Ayrton Senna ajuda, pois é está aí é o próprio filho com sua carreira automobilística que custa alguns milhões de dólares hehehe) estava meio galinha no autódromo chegando a quem desse mole, provavelmente a partir de um determinado nível de poder o que por engano eu poderia ser incluído hehehe e uma das vitimas foi o Jackie Steward e se ficarem incrédulos olhem a foto abaixo:

Léozinho boca de caçapa ou Gazetinha fala e mostra hehehe, se o Jackie baixasse o olhar ia ver o umbigo da dona.

domingo, 11 de março de 2007

Viagem ao Ushuaia – Diário

19/03/2006 – Domingo
Saída de São José dos Pinhais a seis horas da manhã. Viagem direta a Puerto Iguazú, tramite de fronteira e câmbio levou aproximadamente uma hora – É necessária vistoria técnica do veículo que não tínhamos, eles aceitaram a última nota fiscal de revisão. Seguimos adiante de Puerto Iguazú em direção a cidade de Pousadas. Em poucos quilômetros após Puerto Iguazú tem um posto fiscal e logo em seguida um camping com duas placas enormes o anunciando. O proprietário chama-se Petruk e o filho Sérgio. O custo foi de dez pesos.
Suerte 1 x 0 Suerte mala – A atenção dispensada na fronteira e no posto fiscal excelentes.

20/03/2006 - Segunda-feira – Lunes
Viagem por um asfalto tapete (Pedágio muito barato) até Corrientes, na rotatória nós demos uma erradinha básica, o correto é seguir a placa Puente à direita. Cruzamos o rio Paraná por uma bela ponte em direção a Resistência onde paramos no Camping Municipal Parque do Arvoredo. Endereço do camping: Passando a ponte do rio Paraná e contando a partir do pedágio na segunda rotatória seguir mais uns cem metros e entrar à direita no sinaleiro fazendo o retorno (Spin) e virar a primeira à direita seguindo em frente sem engano. O camping fica do lado esquerdo e nos custaram sete pesos. Alguns motor-home e um belo Ducatto que pelos adesivos já tinha quase rodado o mundo inteiro.
Suerte 2 x 0 Suerte mala – Novamente a atenção das pessoas nas informações e no atendimento foram excelentes. Uma gostosa sensação de bem-vindos.

21/03/2006 - Terça-feira – MartesResistência / Pampa Del Inferno / Monte Quemado.
Para justificar o nome uma série de trechos ruins na estrada, como não há cercas um enorme perigo de animais soltos na pista, mas estes dissabores fazem à cor do chaco argentino junto com um calor de mais de quarenta graus. Em Porto Quemado paramos erroneamente em um eletricista na frente de um posto de gasolina e borracharia, fomos muito bem atendidos com fornecimento de energia elétrica, mas quando fomos embora vimos na frente ótimas oportunidades de paradas em melhores condições.
Suerte 3 x 0 Suerte mala – Não atropelamos nenhum animal, não pegamos nenhum buraco e o ar condicionado funcionou bem.

22/03/2006 - Quarta-feira – MiércolesA dureza do chaco é amplamente recompensada com as magníficas rutas após ele, paisagens deslumbrantes até a cidade de Tilcara na província do Jujuy já na cordilheira dos Andes e que fica a 22 km após a entrada para o Paso de Jama que era o nosso caminho idealizado. Cidade ótima com excelente camping (El Jardim) e com excelentes passeios para cidades vizinhas.
 
Suerte 4 x 0 Suerte mala – Como somos bem atendidos, quanta gentileza. Na cidade tem um posto de combustível YPF e isto já é um sinônimo de amparo total em todos os sentidos, a Argentina fica muito menor sem os maravilhosos guias da YPF.

23/03/2006 – Quinta-feira – JuevesFicamos na cidade, andamos muito, fizemos lavanderia, comemos espetacularmente bem (Restaurante ao lado do posto YPF).
Pucara de Tilcara - Jujuy - Argentina

24/03/2006 – Sexta-feira – ViernesTravessia dos Andes para o Chile pelo Paso de Jama – altura máxima 4 860 metros.
Saímos próximo às cinco horas da manhã e vimos o alvorecer já na estrada do Paso.
 
Muito, mais muito mais fantástico do que as informações que tínhamos recebido sobre este trajeto. Él debe ver para tener la fe. Sobe-se, sobe-se e sobe-se. Depois mais ou menos se percorre 400 km na altura de 4 000 metros, salinas gigantes, vales e montanhas em escalas incomparáveis. Pontas de montanhas com neve ao nível dos olhos.
Aviso para os novos viajantes:
Tem um posto de combustível no caminho, abasteça.
O ar rarefeito irá pegar firme no motor, boa parte do tempo é primeira e segunda marcha, nenhum problema maior, apenas o fato.
Não levamos, mas em Tilcara recebemos uma sugestão de carregar um oxigênio portátil caso viéssemos a sentir algum mal das alturas. Não tivemos problema, mas a sugestão deve ser levada a sério, confirmamos alguns casos disto ter acontecido. Na fronteira Argentina/Chile eles tem estrutura para este atendimento.
 
 
FUNDAMENTAL: Quando recebi a informação do Dr. Carlos (O desembargador que vive no motor-home) que este Paso estava asfaltado ele também mencionou que na descida tinha ficado sem freio e eu o subestimei pensando em uma má manutenção. Pois quando estávamos já a quatro mil e oitocentos metros de altura (A fronteira com a Bolívia fica a quatro quilômetros) não percebemos que a descida iria logo começar, de repente não precisava mais da primeira e nem da segunda-marcha e pus a terceira enquanto se descortinava a imagem grandiosa do deserto de Atacama a mais de 2 600 metros abaixo, bastou apenas um toque nos freios para descobrir que eles perderam a função enquanto um cheiro de queimado intenso invadiu a cabine. Até hoje fico na dúvida se o ar rarefeito me deixou burro ou se a falta deste ar aliado a enorme inclinação (4 600 metros a aproximadamente 2 000 metros em 42 quilômetros) somado ao peso do veiculo que estava no seu limite foi o responsável por esta perda tão rápida do funcionamento dos freios. O fato é que consegui reduzir para a primeira marcha, afinal uma estrela me guia no capô e bombando o freio conseguimos parar exatamente em uma leve curva que tem um cemitério a sua direita. Pois é, o cemitério é dos motoristas com menos sorte e a decoração é feita com os pedaços de caminhão que eles dirigiam.



A aduana do Chile fica em San Pedro do Atacama que chegamos ao fim da tarde. Muito atenciosos embora tenha sido a mais demorada. A revista pode ser bastante rigorosa. Procuramos um camping na cidade que foi fácil de encontrar e aproveitamos o resto do dia para fazer o câmbio e procurar o endereço de uma cidade que tivesse uma concessionária Mercedes para checar os freios, agendamos por telefone e fomos passear. Já conhecemos de outras viagens este lugar então desta vez ele seria só passagem.
Suerte 5 x 0 Suerte mala – A seguradora do nosso amigo Jorge Bazacas também agradece. Mesmo tirando este pequeno inconveniente o resto foi tão grandioso que apenas um ponto de sorte não reflete a verdade. Se todo o resto da viagem se tornasse miserável o Paso compensaria.

25/03/2006 – Sábado – Sábado
Saímos muito cedo em direção a Calama que é próxima ao oceano, então foi uma longa viagem em descida com os freios em total suspeição embora em pequenos testes ele tenha voltado a se mostrar confiável. A concessionária Mercedes em Calama foi excepcional no atendimento e apenas detectaram as pastilhas queimadas, as lixaram e sangraram o burrinho, do freio e não eu. Uma manhã gostosa em que visitei os caminhões americanos a venda (Maravilhosos e muito poderosos) e conversei um monte com vários motoristas. Eles (concessionária) também estavam fazendo uma revisão em um motor-home de uns belgas, por sinal gigantesco e feito para aventuras muitos radicais. Voltamos à estrada e fomos dormir em um posto Copeg já em Antofagasta.
Suerte 6 x 0 Suerte mala – Com tanta gente polindo a estrela não é a toa que ela brilhe.

26/03/2006 - Domingo – DomingoViagem tranqüila nos contornos do oceano Pacífico onde nós paramos para almoçar em Caldera. Uma volta pela beira da praia onde assistimos a uma recolhida de peixes e depois fomos comê-los no restaurante do pescador. Muito atenciosos eles acharam que nós podíamos comer o equivalente ao nosso peso. Fomos dormir na cidade de Vallenar em um posto Copeg.
Suerte 7 x 0 Suerte mala

27/03/2006 – Segunda-feira – Lunes
Continuamos descendo o Chile tranquilamente que estava só nos servindo de passagem desta vez, passamos Santiago e curiosamente observei que não havia nenhuma placa que indicasse a Argentina mesmo que não iríamos fazer o Paso nos Libertadores e só mais embaixo em Osorno. Próximo a Santiago tínhamos a opção litoral ou túnel, como sempre fizemos litoral optamos túnel e... My god que túnel estreito e longuíssimo. Passamos Santiago e fizemos o pernoite próximo a San Fernando em um posto Copeg que nos cedeu luz e água. A Iara aproveitou para dar uma geral na limpeza e eu a ajudei bastante em pensamento enquanto tomava cappucinos no excelente restaurante do posto. Jantamos lá com excelente vinho.
Suerte 8 x 0 Suerte mala

28/03/2006 – Terça-feira – Martes
Estrada o tempo todo e pousada próximo à cidade de Temuco. Na troca de idéias uma coisa surpreendente, tanto a Iara como eu estávamos felizes de voltar para a Argentina. Adoramos o Chile assim como a Argentina em todas as viagens anteriores só que desta vez a Argentina tinha tomado conta, difícil explicar a sensação mesmo ela estando tão presente.
Suerte 9 x 0 Suerte mala

29/03/2006 – Quarta-feira – Miércoles
Passagem pelos Andes por Osorno. Estrada maravilhosa com destino a Bariloche. No último posto Copeg antes da fronteira nós deixamos todos os pesos chilenos que é um amontoado de zeros em troca do combustível. A gorjeta foi boa.
 
Bariloche é a cidade que eu digo para as pessoas - Se você tem três dias para algo diferente, esta é a cidade. Maravilhosa e muito preparada para o turista. Bom, desta vez de cara uma frustração. Fomos direto procurar o camping El Yéti cuja propaganda era superior a todos os outros, argh era uma fraude e nem estava funcionando. E, além disto, ficava em um escarpado com uma péssima estrada. Descemos e pedimos informação que nos levou no quilometro 13,5 da rodovia Bariloche / Llao Llao ao camping Petúnia e aí sim, baita excelência com um pessoal muito amável. Motor-home de outras nações também estavam estacionados, quase todos com adesivos de grande parte do mundo colados.
Suerte 10 x 0 Suerte mala

30/03/2006 – Quinta-feira – Jueves
Bariloche é adorável, ótimas lojas, cafés e em breve uma enorme igreja Universal. Nosso guia foi um rapaz chamado Aléxis alexisdj3@hotmail.com muito atencioso e com seu táxi soube fazer render o máximo o nosso turismo e as nossas necessidades e impressionante como o dia deu certo. Um fato inesperado foi quando eu fui ajustar os óculos e por acidente o ótico quebrou o suporte, impressionante o nível de responsabilidade que ele assumiu, enquanto tomávamos café ele os consertou. Aproveitamos para comprar umas roupas especiais de frio e depois fomos almoçar no alto do Cerro Otto em um restaurante giratório em que se chega de teleférico. Almoço de nível internacional. Depois vimos neste mesmo conjunto uma exposição de réplicas em tamanho original de esculturas célebres como La Pietate, David e Moysés, além de diversas gravuras. Também aí se tem uma visão do Cerro Tronador, um pico de difícil escalada que pode ser conferida pelo telescópio a disposição.
 
Hoje também conversando a Iara e nós descobrimos o porquê estávamos felizes em deixar o Chile, não exatamente o porquê deste sentimento, mas ao estar aqui na Argentina sabemos com clareza porque estamos felizes, a afabilidade e o profissionalismo dos argentinos são anormais para os nossos padrões embora bastante naturais para eles. A senhora da padaria com um intenso prazer em servir, os proprietários do camping atendendo nossas necessidades, a moça da lavanderia, o pessoal do supermercado, etc. O camping Petúnia mesmo com todos estes serviços anexos é isolado e tem uma praia com deck em um lago de águas cristalinas.
Os cachorros é uma peculiaridade em toda a cidade (Cachorros grandes) e no camping também. Inspiram segurança e sempre temos algum deles por perto, curiosamente sempre só um nos acompanhava de perto.
Foto de decoração, não era este que nos acompanhava.
 
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31/03/2006 – Sexta-feira – ViernesSaímos de bariloche com alerta de greve na entrega de combustível aos postos. Viagem maravilhosa até El Bolson e Esquel, uma das estradas mais bonitas que já conhecemos. A greve era uma realidade e só conseguimos abastecer dentro da cidade de Esquel. Prosseguimos a viagem vendo o anoitecer na estrada e prosseguindo até Sarmiento onde paramos em um posto da ACA-YPF.
Suerte 12 x 0 Suerte mala

01/04/2006 – Sábado – SábadoChegamos a Comodoro Rivadavia pela manhã e procurei um concessionário para verificar o nível de óleo do freio que eu achei alto e estava curiosamente o do motor também o que me faz pensar na influência das latitudes na densidade dos líquidos, perguntei ao Dr. Freud o que ele achava e a resposta foi que a mãe era culpada. Atendimento excelente! Esta estrela é fabulosa.
Terminado o serviço passamos pelo autódromo e por uma feliz coincidência era dia de corrida da TC2000. Para não variar como quase tudo na Argentina um autódromo para motor-home e a gentileza dos argentinos sobrando. Para um exemplo: Para ir a x lugar eu tinha que passar por baixo de um túnel, pois o trafego foi interrompido e uma pessoa foi na frente para ver se o teto passava, não passou e tive que dar ré, nenhuma reclamação. Daí me indicou outro caminho e no intervalo dos treinos pude passar para o outro lado onde tinha mais 10 432 motor-homes. Dormimos no autódromo.
Suerte 13 x 0 Suerte mala

02/04/2006 – Domingo – DomingoÓtimas corridas de Megane, Fórmula Renault e TC 2000. A última corrida seria a tarde e decidimos seguir viagem. Fomos dormir em Puerto San Julian, lugar lindo este porto e só ele mereceria a nossa permanência. Mas tivemos estas mesmas fortes impressões da cidade de Comodoro Rivadavia e mais ainda de outra cidade próxima chamada Caleta Olívia que eu optaria por morar sem muitas dúvidas.
Suerte 14 x 0 Suerte mala

03/04/2006 – Segunda-feira – Lunes
Estamos chegando ao nosso destino principal, hoje atravessamos o estreito de Magalhães e isto é viver a história que aprendemos na escola. Fácil ver a ousadia do Fernão de Magalhães em descobrir este novo caminho para o Pacífico.
 
Já fizemos as aduanas desta parte do trajeto e em todas elas o atendimento foi correto. A parte de estrada de ripel desta etapa (Estavam trabalhando acelerado o que significa que em breve tudo será asfalto tapete) não é boa e isto valoriza os motoristas que fazem este percurso, um respeito enorme um pelo outro com todos diminuindo a velocidade quando se passam assim evitando o perigo das pedras no pára-brisa. A impressão maior neste percurso final é que efetivamente parece que estamos chegando onde o mundo faz a volta, uma planície gigantesca acentua a impressão que a curva do planeta se acentuou. Surpresa mesmo é ver a Terra do Fogo ser tão fértil, o verde nos gigantescos pastos com grandes boiadas, uma imensa população de carneiros, gansos e outros compõe este visual. Dormimos na aduana Argentina e amanhã iremos a Río Grande e Ushuaia.
Suerte 15 x 0 Suerte mala

04/04/2006 – Terça-feira – Martes
A Terra do Fogo é muito mais do que fértil, ela é fabulosamente linda e a estrada do Río Grande ao Ushuaia passa a ser a mais espetacular entre todas que já andamos sin ver él no da para tener la fe.
Tierra Del Fuego
 
Chegando a Ushuaia erramos o caminho do camping e chegamos por engano ao sopé do cerro Martial, não deu outra, já pegamos o teleférico e fomos bem próximo às neves do pico. Visão espetacular com o estreito de Beagle incluído.



Tenho que retornar a lembrança da estrada – Inicialmente nela aparecem imensas florestas com árvores desconhecidas, árvores que cabem perfeitamente em um cenário de extrema desolação, o musgo pendurado em seus galhos balançando ao som de um vento uivante. Prosseguindo estas florestas vão ganhando vida com folhas onde o vermelho predomina junto com os verdes, amarelos e pratas. Estas florestas sobem pelas montanhas que são inúmeras e enormes e elas se acabam no começo da neve dos cumes. Estas montanhas são a últimas coisas que nos separa do Ushuaia e se passa por elas através do Paso Garibaldi. Cada metro é um cartão postal com seus lagos altíssimos e esta exuberância de vida.
Ficamos hospedados no camping Pico e por uma feliz coincidência, suerte of course era o último dia deles de funcionamento, no dia seguinte eles iriam fechar por causa do inicio do inverno.

A temperatura no momento ainda estava agradável nos seus cinco graus, mas lá o inverno é coisa muito séria e o turismo funciona a toda nesta época, só não para motor-home. Passeamos na cidade o resto do dia e acabamos montando barraca em uma linda loja chamada Dulces de la Oma onde compramos 3 877 vidros de geléia com lindas embalagens e mais um monte de lembranças, um pouco para nós e a maioria absoluta para os amigos. Também fomos a uma loja de cartões postais onde enviamos alguns para terem o selo e o carimbo do fim do mundo. (Os amigos receberam estes cartões postais quase um ano depois, com selos do México cortesia da empresa ferroviária de lá, coisas do fim do mundo).
Ushuaia
 
Tinha um desejo profundo de completar esta ida ao fim do mundo pegando um meio de transporte para a Isla de Hornos, uma base naval chilena que é o último lugar antes da Antártida. Não conseguimos em parte, tinha o navio e levava oito dias e sem nenhuma garantia de sucesso, se o mar estivesse doido eles não chegam e o mar fica doido por lá 420 dias por ano. Vamos tentar pelo Chile de avião ou helicóptero, pelo menos é o mesmo país.
Suerte 16 x 0 Suerte mala – Este percalço da Isla de Hornos é uma titica perto do resto então...

05/04/2006 – Quarta-feira – MiércolesAmanheceu chovendo então decidimos ir a Punta Arenas ver se conseguíamos um avião para Cabo Horn. Na estrada o clima virou o bicho, ventos de 100 quilômetros para mais (Confirmado na fronteira) que fecharam a balsa que faz a ligação pelo estreito de Magalhães (O serviço de balsas fecha cada vez que o vento ultrapassa a velocidade de 100 km/h). Esperamos até a noite quando foi liberado o serviço. Nós e mais 12 456 caminhões. Surpreendente e nós não tínhamos analisado isto na vinda porque fomos o primeiro a entrar na balsa a quantidade que elas carregam. Nesta volta depois de esperarmos um bocado entramos no rebolo. Um fio de cabelo nos separava dos outros caminhões e aí não estou aumentando e diminuindo nada quantitativamente. Para eu chegar à tesouraria da balsa era somente andando por cima deles, por baixo e se tinha outro caminho ninguém devia saber, pois os outros motoristas estavam fazendo igual. Quando voltei falei para a Iara que seria impossível não haver um rala rala nas latarias e eis que eu estava errado, a balsa balançava, mas tudo balançava igual e nota dez para aquele pessoal que além de muito atenciosos são profissionais de alto quilate. Dormimos na base naval já do lado argentino onde também foram muito prestativos arrumando um lugar maravilhoso para estacionar. Nada mal acordar de manhã e olhar para o estreito de Magalhães. Um pingüim solitário nos deu bom dia.
Uma curiosidade que antecede, neste mesmo dia já em território chileno, nós paramos para almoçar em um restaurante, esperando ele ser servido fiquei olhando as fotos dos visitantes deste lugar e eis que aparece uma de um avião e seu piloto ao lado e escrito o número do seu telefone, chamei o garçom e pedi o telefone para ligar e daí... E daí que o piloto estava próximo, ele tinha uma fazenda de criação de carneiros e justamente naquele dia era o de dar banho na bicharada. Fui até lá e o caboclo era genial, conversamos longamente sobre a possibilidade do vôo, pois esta era a sua profissão principal e ele falou que era impossível porque nem helicóptero pousa lá devido aos fortíssimos e imprevisíveis ventos confirmando para nós que mesmo de navio é necessário suerte. Perguntei se ele voava num dia como aquele que nós estávamos e isto ele diz que é comum. Como conhecemos a Patagônia sempre com vento não vi nenhum motivo para não acreditar. Hasta la vista Cabo Horn, outra vez com mais paciência arriscaremos um navio. Idem para Punta Arenas e Puerto Natales, agora o objetivo é o cerro Fitz Roy e o Calafate.
Sugestão para os futuros viajantes para o Ushuaia:
Depois do estreito ou então antes por Punta Arenas existem três caminhos, o tradicional que vai pela esquerda, o do meio que se pega por Cerro Sombrero/Onaisin ou então via balsa por Punta Arenas que é uma por dia e leva três horas de passagem. Experimentamos as duas primeiras e ambas são semelhantes em piso então pelo menos pela tradicional tem mais tráfego o que ajuda se houver algum problema. E a outra de qualquer maneira até a fronteira que liga a Punta é estrada de ripel igual.
Suerte 17 x 0 Suerte mala

06/04/2006 – Quinta-feira – Jueves
Acabamos no cruzamento decidindo ir a Punta Arenas, viagem fácil graças ao asfalto tapete. Ventos perfeitos para soltar pipa, na Patagônia estes ventos são conhecidos como a vassoura do diabo então faz parte da aventura.
Valeu para dizermos que conhecemos o Chile de Arica a Punta. A cidade não tem um encanto especial apesar de bonita, é zona franca e carrega um tipo de pessoa que não faz nosso gosto. Mas visitamos as lojas e ficamos abobados pelos produtos a venda, muito baixo os preços e uma variedade interessante. Acabamos gastando um monte comprando ½ dúzia de pães, cinco cocas e uma garrafa de água mineral. O nosso instinto consumidor estava em baixa hehehe. Em compensação o almoço foi campeão, uma dobradinha a Espanhola de tirar lágrimas de tão gostosa que estava. Voltamos à tardezinha e não fizemos mais nada porque as placas de sinalização estavam muito confusas e não conseguimos chegar às Pinguineiras tão famosas naquela cidade. Novamente não se sentimos bem no Chile e fomos dormir novamente na aduana da Argentina onde até um filhote de cachorrinho nos ofereceram como companhia permanente. Amanhã Calafate. Uma outra curiosidade foram os inúmeros campos com placas alertando que eles estavam minados!
Suerte 18 x 0 Suerte mala

07/04/2006 – Sexta-feira – Viernes
Erramos a estrada para o Calafate e entramos na cidade de Rio Gallego onde fomos pedir informação em um posto YPF/ACA que tinha um teto tão baixo que ficamos presos. Foi necessário esvaziar os pneus além da rapaziada do posto entrar no carro para ele baixar. O problema foi o calibrador do posto ser muito impreciso nos obrigando a procurar uma gomeria para ajustar a pressão. Saldo final foi à cobertura do ar condiciona quebrada, passamos silicone e tudo ok.
Com redundância - tremendos ventos até Calafate em uma estrada que repousa em um planalto gigantesco até chegar ao topo de uma colina onde se vê um vale enorme rodeado de montanhas nevadas e mais um lago imenso de águas esverdeadas. A Iara apontou uma montanha distante e disse que era o Fitz Roy, eu achei que não era possível de ver ainda, mas ela estava certa, era a montanha que eu acho a mais linda no universo das montanhas.
Calafate é uma cidade totalmente voltada ao turismo e deixamos para ver na volta e seguimos direto para o Glacial Perito Moreno, espetacular sin ver él no da para tener la fe.
Andamos a pé na excelente infra-estrutura de visita e decidimos pernoitar em um hotel dentro do parque até porque haveria F1 naquele final de semana. Que maravilha! Que orgulho! Não ficamos no hotel, mas em compensação tive o prazer de ouvir o maior preço de diária da minha vida US$700.00 por cabeça. Fomos dormir no porto onde de manhã estava programado um passeio de navio pelo braço sul da geleira.
Suerte 19 x 0 Suerte mala – O problema do teto baixo foi apenas um percalço, não diminui este dia de sorte.

08/04/2006 – Sábado – Sábado
Dia Magnífico, o passeio de navio sensacional e pudemos admirar o glacial de uma maneira diferente. Tinha um fotógrafo no navio e nos deixamos fotografar por ele, quando fui buscar ele fornecia apenas em digital o que eu não queria (Agora já estou no mundo digital) então combinamos que eu iria buscar na cidade de Calafate. Que surpresa ao entrar na sua loja a noite que estava cheia e uma pessoa me chamar dizendo que a minha estava pronta e isto sem eu falar nada. A melhor foto da viagem sem dúvida.


Para não dizer que tudo são flores aconteceu um contratempo que explica bem o espírito argentino da fazer as coisas, chegando a Calafate pela hora do almoço eu precisava de uma ótica para apertar um micro parafuso na armação dos meus óculos e cheguei bem no momento que eles estavam fechando, inacreditável, não apertaram o maldito porque estavam fechando e eles estavam lá dentro ainda. Arf, para ser feliz lá tem que se obedecer às regras que no final são simples e contemplam muito bem ao turista que as obedece.
Calafate acabou sendo super agradável, almoçamos, passeamos, fizemos compras e jantamos em clima muito amistoso. Basta dizer que nas idas e vindas parecia que já morávamos a tempo lá, cumprimentos de conhecimento foram freqüentes.
Ficamos estacionados em um camping da policia, excelente e com a vantagem de ser bem no centro da cidade.
Vimos com as agências de turismo a melhor forma de chegar ao Fitz Roy, acabamos por optar em ir de motor-home torcendo que amanhã o dia se repita no clima.
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09/04/2006 – Domingo – Domingo
Saímos de calafate com destino a El Chalten cidade próxima ao Fitz Roy, à estrada estava em processo de asfaltamento e acabamos decidindo por deixar esta montanha na reserva para a próxima viagem. Como a Iara insistiu que podíamos vê-la no alto da colina iniciamos a volta. Bom, no alto da colina pegamos o binóculo e demos zoom na máquina fotográfica e lá estava ele...

Importante aos viajantes, é necessário abastecer em La Esperanza para chegar a Piedra Buena. Não fiz isto e tivemos que retornar a Rio Gallego. Fomos dormir em Piedra Buena.
Como curiosidade: Encontramos um caboclo fazendo toda aquela região de mobilette (Algo similar) com uns 200 quilos de equipamento em cima, que ninguém se engane pensando que a nossa aventura é temerária, encontramos vários que fazem isto de bicicleta sendo que um deles era da Nova Zelândia.
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10/04/2006 – Segunda-feira – Lunes
Voltamos a Puerto San Julian. Lá é o equivalente ao nosso Porto Seguro, foi realizada a primeira missa católica na Argentina pelos portugueses comandados por Fernão de Magalhães. Visitamos a réplica em tamanho natural da caravela Victória com o qual Hernando Magalhães descobriu e cartografou o estreito que une o Atlântico ao Pacífico e que hoje leva seu nome.

Uma curiosidade que responde a uma pergunta – Porque os navegadores atuais ainda utilizam o Cabo Horn para atravessarem a América do Sul? Pois é, o estreito de Magalhães é relativamente calmo em seu trajeto com exceção da foz para o Pacífico, aí é tão tenebroso por suas ondas violentas e ventos alucinantes que é melhor enfrentar a longa dureza do mar do Cabo Horn do que estas curtas horas tão mortais. E o Magalhães fez isto de caravela arf, a que está em exposição no posto Sinuelo na estrada de Joinville/Curitiba é muito semelhante em tamanho.
Íamos visitar as pinguineiras de San Julian, porém as estradas são de ripel e choveu a noite e isto vira uma armadilha dolorida que já conhecemos na Península Valdez.
Viajamos o tempo todo com muita chuva e no momento estamos parados em Comodoro Rivadavia para fazermos a revisão do carro amanhã.
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11/04/2006 – Terça-feira – Martes
Revisão efetuada, pessoal novamente muito atencioso e profissional. Passeamos pela praia cuja característica é marés com grande diferença o que deixa uma longa margem de recifes expostos, muitos pássaros fazendo a festa.
Seguimos viagem com chuva e agora nós parados em Puerto Madrid em um platô isolado longe e em cima da cidade com uma vista espetacular continua chovendo. Isto invalida qualquer tentativa de contornar Valdez, talvez e somente Puerto Pyramide onde talvez haja focas. Veremos amanhã.
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12/04/2006 – Quarta-feira – Miércoles
Descemos a Puerto Madrid para abastecer e fomos a Puerto Pyramide ainda com chuvas se alternando. Encontramos no mirante um casal também de motor-home o Rubens e a Delia que são de uma cidade perto de Buenos Aires chamada La Plata.

Tomamos café e trocamos figurinhas, quando comentei que o Paso de Jama estava asfaltado ficaram encantados e iriam para lá logo em seguida. Eles carregam um quadriciclo tração nas quatro e assim fica mais simples de melhorar alguns passeios. Já imaginei o meu objeto de desejo hehehe. (Agora já está se tornando realidade e o próximo motor-home que está sendo construído vêm com garagem e o quadriciclo já está lá também)
Puerto Pyramide é magnífico, um passeio por si só que também compensa a viagem, não vimos às focas, em troca almoçamos maravilhosamente bem (Com fotos da Lady Dy almoçando lá também) e andamos um bocado.
Puerto Madrid e Pyramide são considerados por eles (Os argentinos of course) as capitais mundiais do mergulho (Buceo).
Pegamos à estrada que estava muito movimentada e estamos fazendo o pernoite em San Antonio Oeste.
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13/04/2006 – Quinta-feira – JuevesViajamos o tempo todo com chuva o que inibiu qualquer vontade de entrar em cidades ou lugares. Íamos seguir em direção a Rosário, mas em Bahia Blanca não achamos nenhuma indicação da Ruta 33. Consequentemente seguimos a Ruta 3 para Buenos Aires pela Cidade Azul. Neste momento estamos parados para dormir próximo a Tres Arroyos no estacionamento do primeiro pedágio da volta.
Suerte 25 x 0 Suerte mala – Estar viajando mesmo em um dia mais ou menos ainda é muito bom.

14/04/2006 – Sexta-feira – Viernes
Viajando direto de novo, desta vez com sol. Pernoitamos a poucos quilômetros de Rosário em um posto YPF. Dureza está sendo a falta de placas de sinalização.
Suerte 26 x 0 Suerte mala

15/04/2006 – Sábado – SábadoViajem o dia todo e paramos a uns duzentos quilômetros de Resistência. Hoje passamos Rosário e Santa Fé. Que estrada, que estrada...
Suerte 27 x 0 Suerte mala

16/04/2006 – Domingo – DomingoViagem o dia todo e parte da noite para chegar ao Brasil. Meia e noite e pouco chegamos e fomos à aduana, pelo caminho errado e o teto era baixo. Ficamos presos no travessão sem possibilidade de ré e para frente mais cinco travessões nos aguardavam. Todos os fiscais foram nos ajudar se acomodando na traseira do carro para abaixá-lo e isto contando com os 3 890 quilos de geléia que tínhamos no bagageiro. Isto atenuou, mas não o suficiente, abaixar os pneus estava fora de cogitação pela falta de uma bomba de ar próxima então mandamos ver e o ar condicionado velho de batidas na sua testa se desmantelou. Desanimados seguimos em frente lentamente e fomos pernoitar no posto Acarai (Paradão) onde estamos agora.
Suerte 27 x 1 Suerte mala – A ferida no motor-home mexeu muito comigo.

17/04/2006 – Segunda-feiraSabemos com certeza que estamos no Brasil, seis horas da manhã o movimento já é grande e às sete horas já tinha gente trabalhando. Na Argentina isto não acontece mesmo (Somente a partir das nove horas) e a tarde a sesta é obrigatória. (Meio dia as quatro). Demos sorte neste posto porque tinha uma bela oficina chamada Mercadão de Caminhões (?) e um dos mecânicos e eu subimos no telhado do carro e incrível, todos os cacos da cobertura do ar e mais a máquina tortinha estavam lá em cima. Eu considerei caso perdido, mas o mecânico comentou algo assim – É mole pro gato ou deixa para o beque... Não é que o caboclo juntou a cacarada procurou uma fábrica que lidava com fibra (Não deu certo, a fibra não cola neste plástico) voltou com a má noticia e não desanimou, pegou uma carcaça de climatizador e recortando pedaços foi colando em outros pedaços acabou montando a capa inteira, depois subiu e desentorta daqui e dali e o ar funcionou. Isto terminou às duas horas da tarde quando nos entregou o serviço. E ele nos cobrou exatamente R$27,00 que me recusei a pagar pela injustiça do preço.
A Iara e eu fomos almoçar neste tempo no Deville de Foz, excepcional restaurante!
Depois do Paradão fomos procurar a concessionária para a troca do óleo que estava baixo (A densidade dos líquidos tem a haver com a latitude?) e foram também muito atenciosos dando uma geral no carro e neste tempo a Iara e eu se divertimos com um camelô de produtos importados comprando desde isqueiro que acende a luz a canivete automático por uma mixaria incrível.
Na concessionária pensaram que fazíamos parte de um grupo de motor-home que estava acampada em Foz, mais precisamente na beira do lago de Itaipu. Fomos até lá conferir e realmente havia dezenas de carros em um lugar espetacular que sem dúvida voltaremos.
Pegamos à estrada e estamos dormindo em Catanduva.
Suerte 28 x 1 Suerte mala

18/04/2006 – Terça-feiraEm casa! Ops na segunda casa.
Suerte 29 x 1 Suerte mala – E tem gente que quer viver tanto se em poucos dias é possível viver tanto!

E a foto abaixo? Hehehe esta é outra história.