24.03.2016 – 07:48h – Escrever as primeiras palavras de
uma história tem algo de delicioso. Você nunca sabe aonde exatamente vão levar
você. As minhas me trouxeram aqui.
Na foto abaixo é este momento! Cheio de decisão, feliz
com a vida, com muita energia e decidido – Vou a Patagônia!
18.04.2016
Amanhã estou indo. Eu que digo que já fiz todos os
estados e capitais do Brasil e todas as principais rodovias descubro que uma das
minhas preferidas BR-116 está incompleta. Conheço o quilometro zero em
Fortaleza e todos os outros até Pelotas e não o final dela em Jaguarão. E lá o
meu primeiro destino!
Já deveria ter ido quando abri o Word para escrever o
relato. Para vencer a constante letargia que me domina marquei um encontro em
Termas de Rio Hondo para ver a etapa do mundial de MotoGP no dia três de abril,
mas tive que escolher e fiz a escolha certa.
Dia sete de abril fui almoçar com o Waldemar Niclevicz em
Jaraguá do Sul com a diretoria da Marisol, um dia ótimo!
Vicente
Donini e Waldemar Niclevicz
Perdida a mola impulsora veio toda a enrolação, história
atual da minha vida.
19.04.2016
Próximo a Pelotas e já jantado eu estou estacionado muito
bem com o ar condicionado ligado e pela primeira vez vendo a logística do
funcionamento desta minha nova casa. Até então eu a tinha usado duas vezes em uns
bate e volta para a casa da minha irmã em Bragança.
Sem premeditação abrindo a gaveta cabe perfeitamente o
notebook, as tomadas estão próximas e já recarrego celular para guardá-lo
desligado, sem internet e sem celular até a volta!
Normalmente bastam dez minutos de estrada para eu me
extasiar, pelo longo tempo sem viajar e pelo estado lastimável desta carcaça
que carrega meus pensamentos necessitei muito mais, bem depois de Florianópolis
parei para almoçar e sorte grande, uma refeição deliciosa servida na mesa! Foi
mágica, a estrada brilhou!
Agora banho, cinema e cama.
20.04.2016
Fim da BR-116, Jaguarão! Cidade onde minha querida Fátima
mora, não foi desta vez que nos reencontramos, mas que em cada esquina a
procurei, procurei!
Em Jaguarão fiz o câmbio para pesos uruguayos, pouca
coisa já que a passagem vai ser curta.
Fazendo os trâmites na aduana uruguaia a surpresa quando
mencionei que ia a Fray Bentos. Não seria possível porque a região estava
alagada. Naquele instante por coincidência começou uma reportagem na televisão
mostrando o caos. Mais ainda, um tornado ocorreu lá fazendo muita destruição.
Deram-me a sugestão de seguir até a cidade de Melo e aí
descer a Montevidéu o que significaria utilizar o Buck Bus que é muito caro e nem é o meu desejo,
mas...
Em Melo parei em uma transportadora internacional e eles
confirmaram a situação, me sugeriram fazer o passe por Paysandu que lá estava
aberto. Então escrevo de Tacuarembó onde estou parado em um centro de recreação
da policia. Muito atenciosos em todos os
momentos os uruguaios, me fizeram lembrar que em uma das paradas de uma viagem
conversando com um motorista que faz toda a América do Sul, o lugar preferido
dele era o Uruguai.
No dia de ontem a grande dificuldade que me abateu talvez
não tenha sido o tempo que eu não viajava e sim porque eu ia passar pela cidade
da Penha onde mora a minha amada. A tentação de procurá-la me desnorteou. Hoje
nos pampas gaúcho e uruguaio com as grandes retas e nenhum movimento e com todo
o prazer que as estradas me dão sinto que este tempo passou...
Nós
dois
Já
tivemos momentos
Mas
passou nosso tempo
Não
podemos negar
Foi
bom
Nós
fizemos histórias
Pra
ficar na memória
E
nos acompanhar
Quero
que você viva sem mim
Eu
vou conseguir também
A porta está fechada, a chave se encontra na feira de Scarborough.
Depois de tantos anos com estradas entupidas parece que
voltei ao começo, elas estão com pouco trânsito e aqui no Uruguai interior
menos ainda, voltaram os cumprimentos de passagem, me sinto bem e em paz.
Ventos do leste
A névoa está vindo
Algo está surgindo
Prestes a começar
Não consigo dizer
O que há pela frente
Mais sinto o que vai acontecer
Já aconteceu antes
21.04.2016
Estou parado em um posto YPF próximo a Buenos Ayres, seis
horas da tarde, difícil acreditar que estou no terceiro dia de viagem depois de
tantas atribulações.
Hoje na madrugada uma tempestade chacoalhou o carro, duas
coisas antes de fechar os olhos novamente, o que estava cheio de água deve ter
ficado mais cheio e o meu motorhome tem uma grande entrada dela, menos mal é
que ela escorre pela parede e sai pelo vão da porta.
Uma noite bem dormida e na saída ninguém para eu
agradecer, café da manhã em nenhum lugar assim como posto de combustível. Como
eu sou muito esperto conferi no mapa a opção de entrar na Argentina por Salto/Concórdia
e assim o fiz subestimando a indicação de quem faz o trajeto com freqüência!
Uma picada de mais de duzentos quilômetros com aproximadamente seis horas de
guiada. Muitos lugares cheios de água chegando a encostar-se à beira da
estrada, mas em nenhum momento crítico. De fato é que após uns sessenta quilômetros
absolutamente sozinho nesta estrada vicinal eu parei e pensei em voltar para Tacuarembó
e daí seguir a Paysandu até que surge um caminhão. Se ele vai eu também vou. Eu
o ultrapassei após alguns quilômetros e foi o único objeto rodante até um
encruze já no fim do trajeto.
Em Concórdia na Argentina fui fazer o câmbio, o diferente
foi que é impossível cambiar em bancos porque é necessário conta-corrente! No
banco me indicaram uma loja que faria isto por mim. A placa desta loja estava
escrito – Compro ouro, objetos antigos, Rolex... O câmbio é feito a um metro da
rua e qualquer passante me podia ver enfiando no bolso os maços de pesos. E
ponha maço, o almoço perto dela eu paguei trezentos pesos (O cafezinho custou
trinta), o abastecimento custou próximo a mil pesos.
Bom, agora era correr para o abraço, montão de pesos
espalhados pela casa, banho tomado, barba feita e todo restante idem. Vamos
sair das enchentes para enfrentar as nevascas da Patagônia!
Acenda a luz Leopold! É lei na Argentina, multa
novecentos e sessenta e seis pesos pagos na hora com direito a um consolo do
prestimoso guarda que me disse que eu não poderia ser multado duas vezes pelo
mesmo motivo. Curioso, quando eu enchia os bolsos de notas me senti rico, agora
já me sinto miseravelmente pobre! Menos mal, onde estou parado o café custa
quinze pesos.
Agora vou relaxar e depois jantar, amanhã miro Puerto
Madryn ou onde o vento me levar.
22.04.2016
Deixo o GPS me levar. Falando neles mantenho dois, o Pioneer
e o Garmin, o primeiro funciona bem no Brasil com exceção de Porto Alegre onde
os dois me fizeram andar em círculos e até o moto táxi que me ajudou sabia
disto. Já no Uruguai ele fica muito ruim e o Garmin continua excelente e agora
estou só com ele. Os caminhos que ele traçou foram os melhores que usei até
hoje para ir a Patagônia, pista dupla até pegar a estrada para Bahia Blanca.
Em Cañuelas parei no posto OIL e foi ótimo, frentista
falando português, água potável com mangueira e um restaurante de primeiro
mundo, chama-se Parador 36 Parrilha Libre. Quem atende é uma moça linda que nem
tenho uma artista para compará-la, seu marido que também é um galã cuida da
cozinha. Comi um Ojo de Bife de uns quinhentos gramas mal passado, um purê de
batatas inigualável que pus dois ovos fritos com a gema mole, batatas fritas e
uns pãezinhos deliciosos!
Curiosidade, este posto acima era PETROBRÁS, é eles
vendendo o patrimônio graças à escória do PT. Se houvesse uma lava jato nesta
operação argentina eu digo que deixaria Pasadena no jardim de infância! (Hoje,
catorze de maio de 2016 estou fazendo correções na escrita deste relato
confirmo que ouvi no noticiário de ontem que toda a operação argentina está
sendo vendida para uma empresa chamada Pampa Energia).
Não sei onde estou parado, na minha frente tem um
restaurante desativado, almoçado maravilhosamente não preciso jantar.
Pisa
o silêncio, caminhante noturno...
23.04.2016
Novamente um dia de sorte com comida, um filé de frango
com batatas provençal, a carne dourada aparecia quando se tirava de cima um
magnífico queijo misturado com cebolas, e as batatas... Algo mudou nas batatas,
já faz tempo que eu tenho me regalado com o sabor delas.
Já estou na Patagônia, precisamente no camping municipal
de Rio Colorado, o único cliente e por gentileza a distinta senhora que me
atendeu deixou minha estadia como cortesia, é agradável estar conectado a
energia elétrica e a mangueira de água ao lado. A foto abaixo mostra o
privilégio:
24.04.2016
Estou parado em Trelew em um posto YPF, casa varrida e
daqui a pouco irei jantar, quase não necessário já que o almoço foi farto e
gostoso, um talharim caseiro com pollo.
As retas patagônicas de um asfalto perfeito deixam a
mente divagar bastante e até por saber que escreverei depois incentiva a isto,
mas são tão variados os assuntos que um dia único aqui daria para escrever um
livro. Então vou pinçar um assunto que em parte envolve muito da mediocridade
humana em aceitar as coisas sem refletir embora o custo disto seja um
retardamento da nossa própria evolução. Eu vivi uma época em que a noticia para
o futuro e isto aconteceria nos anos 1970/80 o petróleo estaria esgotado no
mundo. Pois é, era artigo de seleções inclusive.
Vão se recordar quando a gritaria era a camada de ozônio,
os incríveis buracos que havia em nosso céu e mais, nós éramos culpados porque
usávamos aerossol em nossos sovacos, ar condicionado, geladeiras, etc. Não se
perguntava quem eram os fantásticos doutores e que meios empregavam para saber
com tanta exatidão. Pois é isto aconteceu em 1986/7 justamente no ano que
expirou a patente do gás CFC que foi considerado o vilão, então foi lançado o HCFC, este sim era bom, ecológico,
inclusive melhorava a saúde dos dentes e curava hemorroida! Já está passando a
moda do aquecimento global, uma pena, gostaria que um alarmista deste estivesse
aqui comigo, eu o faria descer do ambiente que estou para ficar lá fora cinco
minutos. Não, isto não o curaria, ele apenas ia mudar a cantilena avisando os
outros que babariam e fariam centenas de congressos alertando de uma nova era
glacial.
Hoje no almoço entrei em prosa com um caminhoneiro que
estava indo para Rio Gallegos levando uma carga de gado, juntos assistimos a TC
2000 que estava correndo em San Luis, como ele saiu antes cruzei na estrada com
ele e muito depois parei na beira em uma entrada para cochilar. Quando ele
passou buzinou e isto me fez dar uns pulos na cama já que imaginei que tinha
dormido dirigindo. Voltei à estrada e o passei novamente pela última vez já que
ia entrar em Puerto Madryn.
Entrei, parei na beira da praia e saí. Nada a haver com
cidade, estrada é que faz o meu prazer!
25.04.2016
Parado em Caleta Olivia de frente ao mar.
Pela manhã os ventos patagônicos vieram dizer olá,
temperatura zero grau, fora de casa alucinante o frio! Tenho roupa para
amenizar ele, o conflito é que dentro da minha casa eu a mantenho quentinha com
a calefação ligada o tempo todo, então o tirar e pôr a roupa exige um trabalho
que só a vontade de um cafezinho me faz realizar.
Em Comodoro pensei em fazer a lavanderia, antes almocei
um nhoque cremoso com bacon e acabei desistindo da outra, o vento continuava
arrasador.
Nos inúmeros pensamentos pensei hoje em relatar sobre a
morte, mas eis que no almoço lendo a revista Veja de 20.05.2015 (Sim eu tenho
uma reserva de revistas não lidas no motorhome, sempre almoço lendo) uma
entrevista nas páginas amarelas com o tipo de individuo que mencionei ontem, o
nome do caboclo é Thomas Lovejoy e é um biólogo americano e segundo ele viajou
centenas de vezes (!) para a Amazônia. Ele comenta que a floresta está em seu
ponto critico de desmatamento e que isto iria alterar as chuvas, Arf! A
floresta amazônica existe por causa das chuvas e o que gera esta umidade são os
oceanos, desmate-a completamente e em alguns anos nós a teremos novamente. As
linhas do pensamento a partir deste medíocre se espalham em tantas direções que
eu ficaria em um giro perpétuo enquanto que a única causa real é a própria
maneira de pensar da maioria dos humanos. Coisa certa para aumentar a pescaria
é rezar uma Ave Maria quando lança o anzol, assim falou Fredo o irmão do Michel
Corleone para o sobrinho, eu o vi falando no filme e ele deve estar certo!
26.04.2016
Estou em Esquel no camping Manuel Pan na entrada da
cidade, excelente energia e mangueira de água ao lado. No visual uma linda
montanha coberta de neve!
Uai diria o mineiro comedor de queijo e o Ushuaia,
Calafate, El Chálten e o Fitz Roy que era o teu desejo? Olhem a foto abaixo:
Aquele número embaixo é a temperatura, quatro graus
negativos neste horário com o sol brilhando e ainda faltavam aproximadamente
mil quilômetros em direção a Antártida, eu muito provavelmente teria sérios
problemas no Paso Garibaldi que é a última passagem nas montanhas antes do
Ushuaia. Mas digamos que eu estivesse disposto a me arriscar. Primeiro teria
que comprar as correntes para os pneus (é obrigatório por lei aqui na Argentina
no inverno), este não é o pior, colocá-las se necessário exige mão de obra e
isto em uma pessoa que usa escova de dente elétrica para não cansar o braço.
Outra situação seria o congelamento das minhas caixas de água, isto já
aconteceu em outro inverno por aqui, mas era caixa única então era só deixar o
nível mais baixo que teria espaço para expansão (o único problema foi trincar o
cano da torneira). Curiosidade foi à solução que imaginei na época para a
privada, coloquei anticongelante de radiador, arf! Um cheiro absurdamente ruim!
Outra situação que resolvíamos facilmente era descer as montanha e descongelar,
lá em Chaltén e Ushuaia não tem isto porque já estaria embaixo.
Nesta casa as caixas são várias, as de cima sem problema
já que elas são atingidas pela calefação, exemplo, neste momento eu estou
escrevendo só de camiseta, agora as de baixo diminuir a altura significa a
ficar com muito pouca água já que as de cima teriam que ficar vazias porque
elas são interligadas.
Um nordestino esperto comedor de buchada faria a pergunta
certa – Você não pensou nisto antes? A resposta é - Não, nesta viagem eu pensei
mais que os dois últimos anos juntos, conhecem uma samambaia, pois é, era eu e
ela.
Não está ruim, não senti as agonias como quando retornei
a primeira vez no Paso de Jama ou as outras duas para o Ushuaia. Estou na
estrada, sozinho e me sinto bem, sem lágrimas quando vi os Andes já na rota 40,
mesmo assim parei para fotografar:
Amanhã vejo aonde o vento vai me levar.
Mar
e terra
Inverno
e verão
Mostre
o sorriso
Mostre
a alegria
Mas
eu mesmo não
27.04.2016
Vento? Não há nenhum! Estou parado em San Carlos de
Bariloche no camping Petúnia, a roupa já está na lavanderia e amanhã devo
escalar o Cerro Otto.
Há anos eu menciono a estrada Esquel/Bariloche como a
mais linda que eu conheço, hoje ela conseguiu se sobrepujar em beleza, nestes
dias caiu uma nevasca e todas as montanhas estão brancas! Por dias como este
fica fácil de entender minha sedução pelas estradas.
Bariloche é uma cidade que sempre recomendei para quem
poucos dias de férias, três a quatro dias podem ser vividos aqui intensamente,
se gostar de caminhadas então! Mas detecto aqui algo que já vi em outros
lugares, o crescimento muito rápido sem a resposta da organização, O Larangeira
que recém chegou do Ushuaia (Conversamos ainda no Brasil) comentou algo semelhante
daquela cidade. Eu vi isto pessoalmente em Porto Seguro, era o nosso destino
favorito, um dia o Fantástico fez uma reportagem dela e aquilo virou o caos.
Atualmente voltaram a se organizar e ficaram interessante, eles lidam com
milhares de turistas semanalmente e mesmo assim está engraçadinho. Um dos
melhores campings do Brasil está lá, é o Mundai.
Aqui na Argentina tem duas cidades que se mantém
originais e muito charmosas, é Calafate e El Chálten no sudoeste da
Patagônia. A Cristina Kirchner tem um
hotel lá que deve ser espetacular porque estavam nas capas dos jornais os
milhões de pesos que uma construtora pagava de reservas sem utilizá-las!
28.04.2016
O amanhecer aqui ocorre depois das oito horas (No Ushuaia
agora ele começa as nove). É meu horário depressivo porque às seis horas
inevitavelmente estou acordado, o meu corpo dói muito e a respiração é difícil.
Escrevo agora e sei que estou doente. Passei um dia
ótimo, depois que sol efetivamente surgiu (nove e pouco) sai a pé para procurar
um café, não achei aberto, mas passei na lavanderia e a roupa estava pronta. Fui a um
local perto para alugar um carro e fechei negócio com o Fernando que tem uma
Ecosport. Carregamos a roupa para o motorhome e depois fomos à cidade, eu
queria fazer um câmbio para pesos chilenos e trocar a pulseira do meu relógio.
Eu tinha planejado subir o Cerro Otto, mas o Fernando me
convenceu que no Cerro Campanário eu desfrutaria mais e ele tinha razão, antes
de irmos fomos almoçar um enorme Ojo de Bife cada um e o efeito foi muito bom
no meu ânimo. A conquista do pico foi um ato de bravura, depois de descer do
teleférico tem que subir alguns degraus, eu cheguei cansadíssimo e o pulmão
esquerdo doendo muito e aí este palpite que estou doente e se for pneumonia a
situação pode ficar complicada. Esta desconfiança tem uma razão, há uns dez
dias antes desta viagem fui jogar sinuca com o Pedro, em uma tacada todo torto
o pé escorregou e bati fortemente as costelas na quina da mesa com uma dor instantânea
que não me abandonou. Pouco antes de vir para cá ela aumentou e o Pedro me
acompanhou ao Dr. Zeni. Nada de misterioso, mas o Zeni aventou a possibilidade
da dor restringir a respiração formando um ambiente propício para infecção, no
momento ele receitou anti-inflamatório e
já quis deixar uma receita pronta para a eventualidade de ocorrer à outra. Por
algum raio de descuido não peguei a receita.
Na foto abaixo com o Fernando em Cerro Campanário:
É difícil aceitar que nada disto existia, isto tudo era
mar até que a terra enrugou. Muitos e muitos milhões de anos de chuvas, gelos e
ventos fizeram isto. Este é o momento do nosso tempo e é maravilhoso! O pico
mais alto visualmente nesta foto é o Cerro Capilla, o Tronador está atrás dele
e é visível do outro Cerro o Otto que tem restaurante giratório em seu cume e
telescópios de observação.
Amanhã nós iriamos ao sopé do Tronador, montanha conhecidíssima
dos alpinistas brasileiros que fazem aqui o curso de escalar no gelo. Fica a oitenta
quilômetros daqui sendo cinqüenta de uma picada em rípel em subida forte. A
curiosidade é que até uma hora da tarde apenas sobe-se, depois eles cerram a
estrada e às quatro horas da tarde abrem-na para descer. Cancelei-a hoje mesmo,
estou mal e não acredito em milagres.
Almoçando no El Boliche de Alberto e conversando com o
Fernando ele abriu a internet e me procurou, aí vira o telefone e mostra uma
foto da Iara e eu no Maranhão, lágrimas escorreram imediatamente antes sequer
de eu emitir um pensamento.
Você
foi o maior dos meus casos
De
todos os abraços o que eu nunca esqueci
29/30 de abril e 01 de maio de 2016
Tudo culpa da minha mãe! Sim, de Bariloche eu devia ter
subido e procurado ajuda médica na minha cidade, mas graças a minha mãe não o
fiz. Há uns anos atrás minha mãe chegou da Europa com metade do corpo
escurecido de hematomas e três costelas fraturadas e assim depois do acidente
que ocorreu em um hotel em Amsterdã ela ainda viajou aproximadamente uns quinze
dias antes de voltar ao Brasil. As lágrimas que escorreram quando a vi chegando
no saguão do aeroporto se repetem cada vez que me lembro. Mas, com o pensamento
desta notável resistência como eu um macho alfa que consegue comer meio quilo
de Ojo de Bife sangrando ia me michar? Se fosse pneumonia novamente azar dela!
Bactérias que matam seus hospedeiros são muito burras porque morrem juntas e se
vier a sinusite o que tem demais a dor que ela provoca, perto de três costelas
fraturadas? Dane-se a minha dor nas costelas que a tosse constante e alucinada
não deixa cicatrizar, dane-se este corrimento nasal e um lacrimejamento odioso,
vamos descer o Chile para a ilha de Chiloé.
Fiz o passo por Osorno, neve nas bordas e o asfalto seco.
E agora no Chile proibido de comer ostras e assemelhados.
Fica difícil relacionar onde eu estava, onde parei nestes
dias. Certa hora estava escuro e errei uma entrada a que aponta Puerto Montt e
outra Chiloé, tentando ajudar meu querido Garmin fiz um retorno improvisado e acabei
parando em um posto de pedágio só que na contra mão!
Cheguei de manhã nas balsas e digo que me emocionei, uma
quirera perto do que costumo sentir, mas, era uma emoção. Fui tentar tomar o
café da manhã, não foi possível, enjoado.
Um lindo dia e bastante
movimentado, balsas chegam e partem constantemente, tentei me animar, estava
difícil.
Fui até a cidade de Castro
feito um zumbi e lá voltei, posso dizer que tudo é engraçadinho e muito
movimentado. Tentei almoçar e não foi possível.
De volta ao continente no
primeiro posto parei para dormir, como deitado fica difícil respirar o faço em
uma posição diferente e os soníferos obrigam ao sono se instalar. Depois perdi
a dó e mandei bala no meu Headache Relief extra strength que o meu amigo Daltron
trouxe dos Estados Unidos com a indicação do Dr. Zeni para atenuar dores de
cabeça. Meu xarope de tosse está no fim, ele é insuficiente mesmo na quantidade
que tomo, me faz ter saudade do Setux que o governo teve a idiotice de tirar do
mercado!
O fato é que eu já o estava
tomando, apenas dobrei a dose.
Agora estou parado a uns
trezentos quilômetros de Santiago e o efeito do Headache é bom porque estou
escrevendo e daqui a pouco vou ver se engulo um hot dog, quem esteve no Chile
sabe que este é o alimento mais vendido nos postos Copec.
02.05.2016
Não foi possível jantar
ontem embora tenha comido uma salada e esta desceu bem!
Na estrada para Los Andes
que é a cidade próxima da entrada para os Caracoles e Paso Libertador ainda na
rota 5, uma garoa forte por muito tempo me arrepiou, chuva aqui neve lá em cima.
Olhava os Andes a minha direita e eles estavam entupidos de neve. Próximo a uns
quilômetros onde tem o último pedágio chileno antes dos Caracoles um carro da
gendarmeria fechava a estrada, Paso cerrado! Nenhum tipo de organização, carros
e caminhões se espalhando numa via estreita, com o policial me ajudando a fazer
o retorno consegui um buraco longe para estacionar e voltei para maiores
informações. Estava ocorrendo uma nevasca e na mais otimista opinião a estrada
abriria amanhã. Em um boteco na frente conversei com a dona para aproveitar a
experiência e ela falou amanhã não, talvez miércoles ou mais. Eu já estive em
uma que ficou trinta dias fechado então voltei ao guarda e perguntei de Paso
Jama, fechado. Paso Osorno, aberto. Esta resposta simples foi dificílima já que
as comunicações estavam com pouco sinal de rádio e celular.
Esta conversa e
mais tantas outras estavam 3.422 argentinos e três brasileiros dois de São
Paulo e eu de São José. A curiosidade, os brasileiros pai e filho fizeram o
Paso nestes dias indo para o Chile e a polícia exigiu as correntes já em Uspallata,
eles alugaram, para recuperar o depósito eles necessitavam voltar pela
Libertadores. Eles foram buscar um hotel na cidade de Los Andes e aguardar.
Eu decidi voltar e fazer o
Paso em Osorno então hoje foi mais ou menos assim comparando ao Brasil, acordei
em São José e decidi almoçar em Bragança na casa da minha irmã, depois do
almoço voltei para minha casa e chegando lá descobri que tinha esquecido a
carteira e voltei para buscá-la retornando em seguida. Não foi bem assim porque
falta ainda uns seiscentos quilômetros, mas não o foi por uma razão, hoje de
manhã os bombeiros de Chillán estavam fazendo uma campanha de arrecadação e eu
meti $10.000 no cofrinho deles, mais adiante em um posto eu já abastecido para
o translado um senhor pediu ajuda e lhe deu $1.000, saindo entendi o porque,
ele estava com o carro parado sem combustível e sem dinheiro, parei e lhe dei
mais $10.000, o troco que ficou daria com tranqüilidade já que de pesos
argentinos eu estou municiado. Na volta como os pedágios e a necessidade de
mais um tanque de diesel me toquei que não os tinha já que tinham me sobrado
$15.000.
A solução que encontrei, entrar em uma cidade onde vi uma placa indicando venda de vinhos, comprar uns em dólar para presentear o meu amigo Pedro e o troco pegaria em
pesos chilenos. A cidade era San Javier e nada de achar a loja. Parei em frente
a uma borracharia e perguntei por câmbio, de fato parei lá mais porque tinha um
táxi estacionado. Algumas dicas e contratei o Nelson e o seu táxi para ir na
cidade confirmar a possibilidade, fizemos um acordo, sem câmbio eu o pagaria
com pesos argentinos. Não conseguimos e aí eu perguntei de uma casa de vinhos a
ideia original, existia a casa Valduga e fomos para lá, já estavam fechados.
O Nelson falou para eu ir a
Talca, uma cidade antes com o motor home, eu preferi contratá-lo para me levar
com o mesmo acordo anterior por $15.000 pesos chilenos, a parte San Javier
inclusa. A ideia era ir ao cassino, compraria as fichas em dólar e trocaria por
pesos.
Ainda bem que fomos juntos,
o movimento em Talca era muito e o acesso ao estacionamento do cassino difícil.
O resto dos movimentos então pior ainda.
Para entrar no cassino
paga-se ingresso o que me acabou com os pesos chilenos e lá descobri que não
aceitam dólares, com muita conversa acabaram sugerindo que eu fosse ao hotel
que lá possivelmente fariam o câmbio. No hotel para isto tinha que se ter um
cartão de apostas do cassino e o Nelson o tinha. Câmbio limitado por pessoa e o
fizemos pelos dois, na posse do dinheiro já dei $20.000 para o Nelson que
certeza não imaginou o tempo que levaríamos para isto acontecer. Aproveitei os
ingressos do cassino e fui conhece-lo por dentro e também tomarmos um
cafezinho. Passando pelas mesas estacionei em uma de pôquer Draw atrás de uma
mulher, não é que a donzela sob os efeitos da minha aura pede duas cartas
ficando com sete, oito e nove na mão e vem o dez e o valete para completar a
sequencia! Nem agradeceu.
Jantei há pouco me sentindo
melhor tanto que escrevi toda esta tralha encima. Dormir agora!
A
vida é um moinho
É
um sonho o caminho
É
do Sancho, o Quixote
Chupando
chiclete
03.05.2016
Estou estacionado no Camping
Petúnia em Bariloche, simples né? Em cima de um pavimento de concreto, vá
entender porque o Javier não tinha cedido este lugar antes, o gramado pode ser
poético, mas mesmo com cuidado a casa fica uma porqueira!
Não foi tão simples, não
eram seiscentos e sim mil quilômetros e este não era o problema também, o que
estava acontecendo era o céu estar completamente encoberto com nuvens pesada
significando nevasca nos Andes.
Precisava de água para a
casa, aja dificuldade em arrumar torneira com mangueira. Na passagem olhei uma
placa de camping e entrei, ele estava fechado (só abre na temporada), mas o
restaurante aberto. Antes de entrar fiz de conta que estava fumando e vi atrás
uma torneira com mangueira, simples né? Não existe simples nesta pedida no
Chile, entrei e pedi um cafezinho e conversei com a atendente se eu podia
abastecer, não, tem que falar com a proprietária! Falei, ela me dava à água
desde que eu fizesse sexo com as seis mulheres que estavam lá! Como a minha
cota diária é cinco quase fracassei. Na conversa perguntei se o Paso de Osorno
estava aberto e aí a surpresa, o marido caminhoneiro tinha passado de manhã por
lá e ela mostrou as fotos no celular. Os outros dois Pasos que antecedem
estavam fechados (eles são em rípio).
Tanque cheio e estrada, o fato de ele ter
passado de manhã podia não significar nada porque com aquele céu carregado...
Quando cheguei próximo a
Osorno as nuvens desapareceram e o céu estava azul bandeira da argentina com
cem anos de exposição ao sol e aí a doze quilômetros a estrada parou e vem algo
digno de comentar, duas filas e pensei, igual ao Brasil, também não sabem lidar
com o congestionamento, a diferença é que ninguém usava o acostamento. Que
engano! Algum tempo depois de uma grande lentidão vem um policial pelo meio da
via e abrindo passagem para o pessoal da direita por um tempo e depois fechando
para o pessoal da esquerda se alinhar na direita formando uma fila única. Ele
fazia isto se encaminhando para frente, solução espetacular e mesmo que eu já
tenha pensado nisto como uma solução faltava este elemento que é o policial não
ficar estático.
A fila era longuíssima, mas
sendo única não era necessário parar e o motivo era um acidente terrível, três
caminhões e um carro, os três caminhões pegaram fogo e estavam destruídos, o
carro uma sanfona. Estavam em processo de retirada dos esqueletos e cargas
queimadas com tratores, mas antes fizeram um caminho estreito para que o
tráfego não parasse de fluir. 10x0 para os policiais rodoviários do Chile e
isto é muito pior que o sete a um do futebol!
O Chile merece um capítulo a
parte no quesito evolução para o primeiro mundo, eles estão indo mais
acelerados que nós. Falta para eles uma imigração de paulistas, o nosso
nordeste era uma nhaca, depois que muitos de São Paulo foram para lá a coisa se
organizou, pelo menos os restaurantes evoluíram muito, aqui comida é um pouco
triste, ainda continuam com o pão massudo que é um horror, apenas não sabem o
que pode ser bom. Outra, aqui não há lombadas, no Brasil elas são proibidas
também, a única diferença é o respeito à lei.
Virei em direção ao Paso
Cardenal, linda estrada e o problema agora é horário, às dezoito horas fecha o
Paso e ainda faltavam cento e poucos quilômetros para a aduana. De fato se eles
fecharem não é o problema já que estou em casa e sim se a noite nevar e o Paso
fechar. O fato é que não me sinto bem no Chile e não gostaria de ficar mais.
Falei bem da organização
policial ao mesmo tempo em que censurei a desorganização do cerramento do Paso
Libertadores. Isto tem uma explicação, quando se trata de coisas que ligam a
Argentina os Chilenos fazem de conta que ela não existe. Dois fatos ocorridos
sendo um lá, uma argentina acusando o policial chileno que o Paso estava
cerrado por culpa deles que não mantém máquinas para limparem o trecho e outro
na aduana argentina quando a motorista sendo revistada gritava com o policial
se ele achava que ela ia se dar o trabalho de esconder frutas no carro! Na
aduana chilena a revista é completa e para todos e não existe espaço para
lero-lero!
04.05.2016
Acordei de manhã com chuva!
Ufa, chuva aqui neve e gelo na cordilheira. Ela passou e o sol brilhou.
Arrumei a casa, tomei banho
demorado e decidi voltar para a casa fixa, o que eu procuro e nem sei o que
procuro, não achei. Pode ser que sim também, quando terminar irei saber.
Decidi começar a subir por
San Rafael, o trecho é espetacular, mas estava cabisbaixo e fúnebre, então...
Depois de um sanduíche e um
café em Piedra Del Aquila, o primeiro do dia já que esta estrada é muito
deserta e não há postos tirei uma soneca e acordei renovado, que venham as seis
chilenas e que tragam o baralho!
Parado em um YPF perto de Neuquén,
agora vou jantar e continuar a assistir Xogum que nem de perto se compara ao
livro, mas coloca rostos no que já li inúmeras vezes. Outro dia sentindo um
pouquinho de dó de mim li numa sentada Lobos do Mar de Torben Grael, trata-se
de uma regata em volta do mundo, onze caboclos em um veleiro de performance,
aja dores! Isto compensava o mal-estar constante que estava sentindo.
05.05.2016
Não tem jeito, acordar cedo
sou eu, conclusão, ando no escuro até o amanhecer depois das oito.
O primeiro cafezinho foi no
posto Cruzes das Rutas Del Desierto, cortar a Argentina para o leste pelo deserto,
ótimo para mim!
Entrando nela um senhor
pedindo carona, cesta de vime cheia na mão, mais um cidadão argentino, parei
imediatamente. São comuns estas pedidas e dificilmente recuso, mas esta
enfraqueceu o dia. A maioria absoluta precisa para trechos curtos, neste caso o
Sr. Hugo mencionou algo para onde ia e não me preocupei, quando chegasse ele me
avisasse. E assim fomos, cruzamos o longo deserto, depois cidades e nada de
aviso, sete horas da noite, doze horas dirigindo, aproximadamente 1.200
quilômetros rodados perguntei o quanto faltava para a sua casa, 160 quilômetros
respondeu ele e imediatamente comentou que se eu quisesse parar não haveria
problemas que ele pegaria outra carona e assim o fiz. Nem sei onde estou, deve
ser algo perto de Luján porque a cidade que ele mora é perto dela na RN 5.
Algo simples que teve um
humor contagioso foi que depois de uns oitenta quilômetros em uma reta no
deserto veio uma placa de indicação de curva, eu gemi e falei – Quanta curva
nesta estrada! O Hugo caiu na gargalhada e depois disto virou um mote já que
tem mais duas curvas antes de chegar ao outro lado da Argentina.
A curiosidade é que meus
pesos argentinos estão acabando, tenho exatamente dezesseis litros de diesel em
efetivo, significa sem café ou qualquer outra coisa. Ficarei com as bolachinhas
e todinhos até chegar ao Brasil.
Eu estava com dois toddys
pendurados na prateleira e um caiu, o outro imediatamente falou – Todinho dele!
06.05.2016
Não chego ao Brasil, preciso
cambiar. Parei em posto ACA/YPF tomei um cafezinho e pedi para a atendente
chamar um taxi. Está aí uma aventura de arrepiar! A melhor coisa do taxi era
uma corda velha que segurava a porta.
No centro da cidade 9 de
Julio (cidade cantada por Madonna no filme Evita) fui no Santander que não
cambia porque não tenho conta e ninguém dos funcionários sabia quem cambiava na
cidade. Saí e em um escritório de uma corretora de seguros depois de um parto
de trigêmeos me informaram que os chineses do supermercado Tata o faziam.
Muito legal este pessoal, a
linda e esperta chinesa que me atendeu sem maiores delongas fez o câmbio pelo
valor correto e eu estou milionário novamente, Leopold Odebrecht a seu dispor,
Marisa precisa de uma cozinha nova? Deixa comigo! Um apartamento tríplex de
frente ao mar? Deixa comigo!
Mesmo rico novamente o
trecho não estava bom e eu sem ânimo. Dormi e tive pesadelos variados e um dele
que marcou foi com o meu irmão, ele morava em uma casa que as coisas não
funcionavam e aí eu comentei com ele que poderíamos morar juntos, quando falei
isto eu pensei, não pode ser você morreu, neste instante acordei.
No entardecer parou a chuva
e sol apareceu e tudo ficou bem, diferente de erros anteriores mesmo com a
estrada deliciosa decidi parar e sorte, comi uns pastéis de carne e uns micros
pãezinhos de queijo. Agora estou bem estacionado e vou ao cinema.
07.05.2016
Passei por Luján, Zárate e
outros. Passei a entrada que o Larangeira usa que é a cidade de Fray Bentos,
mas acho que ainda estava alagada, a cheia dos rios era visível o tempo todo
neste trecho.
Esta é a região que não se
passa sem ser imolado pelos policiais, é uma indústria e todos se esforçam para
ela ser o mais lucrativa possível. Então parado em uma barreira, muito
tranquilo, enquanto eles conferiam como me multar até que um se lembrou de
perguntar se eu já tinha sido multado, tirei o recibo e eles rindo comentaram
que foi pouco, lá com eles teria sido mais. Me liberaram e pediram uma carona
para um policial que veio a ficar no posto próximo a Concórdia que foi por onde
entrei.
Dormi perto de Posadas.
08.05.2016
Esta região de Missiones é
muito suja e com chuva tudo é enlameado com cola vermelha.
Passei pela fronteira de
Puerto Iguazú, ontem pensei em parar em Foz e me ajeitar juntamente com a casa
e jantar no cassino para gastar os quilos de pesos argentinos que me sobraram.
Hoje tentei almoçar sem
apetite, não deu certo. Fiz o câmbio para me livrar dos pesos argentinos e o
resto dos chilenos em Foz e liguei para o Diogo Pachenki em Cascavel, a ideia
era ele abrir a loja para eu comprar um colchão já que o meu de casa é muito
mole. Deu tudo certo e fomos tomar um café, algo que desde que entrei na
Argentina não o fazia, café de coador, lá só de máquina. Incrível! O único
lugar aberto em Cascavel só tinha café de máquina. Mesmo assim a tarde foi
ótima com muita conversa.
09.05.2016
Dormi no posto Três
Pinheiros próximo a Guarapuava, tentei jantar e só tapeei, sem apetite, tomei
um café de coador, mas com leite.
Ainda de manhã parei na
Trailemar em Campo Largo para consertar a escada travada. A Ledir sempre muito
generosa fez um café preto como sempre muito saboroso e o primeiro depois deste
tempo! Fui almoçar com o Marcos e novamente sem apetite.
Já estou em casa e hoje é
dia doze e esta última digitação eu faço do meu computador antes de transferir
para o blog.
Até ontem pensei que a viagem
tinha sido inútil, não sabia o que procurava e não achei. Me enganei, achei
sim!
Vou
me encontrar
Longe
do meu lugar
Eu,
caçador de mim
Como sempre um relato encantador.
ResponderExcluirE as dores passaram? Não era pneumonia? Te cuida pois não podemos perder o viajante nem o nosso leitor.
Abração
Não era pneumonia e agora que voltei um amigo me obrigou a tomar a vacina da gripe e também uma para ela chamada vacina pneumocócica valente (conjugada). Devo voltar em breve ao Uruguai, fácil dar a volta pelo país inteiro.
ResponderExcluirGrande Leopld. Saudades de vc e dos seus relatos incríveis. E Barreirinhas? Não viestes mais?
ResponderExcluirGrande abraço
Fernando
Casalnaestrada
Olá Fernando, bela surpresa o seu post! Depois que os Lençóis ficaram interditados não voltei mais mesmo que na minha memória lá tenha sido o melhor passeio da minha vida.
ExcluirCurioso que pouco antes de abrir o computador estava pensando em comer um abacaxi em Belém, numa destas marcamos um almoço aí em São Luis para trocarmos figurinhas. Grande abraço!
Vamos sim. Talvez nosso abacaxi seja mais doce. Kkkkk. Avise quando passares por aqui.
ExcluirRealmente não foi possível o reencontro, neste dia estava com minha querida e saudosa mãe no hospital Pelotas e quando tive a oportunidade de almoçar contigo em Curitiba perdi para a turma do jogo. Ainda não perdi a esperança.
ResponderExcluirTalvez este ano eu passe por aí, talvez...
ResponderExcluir